Por Janine Alves, economista, colunista de economia
Mesmo sendo o Estado que mais cresceu economicamente no Sul do Brasil entre 2001 e 2024, Santa Catarina convive com um paradoxo: resultados econômicos robustos sustentados por inovação, industrialização e empreendedorismo, contrastando com a crônica negligência em infraestrutura rodoviária. A recente análise da FGV Ibre revela que o estado teve crescimento médio anual de 2,5% — acima da média nacional — e segue liderando indicadores industriais, como o aumento de 8,6% na produção em janeiro de 2025.
O desempenho catarinense é puxado por empresas que integram tecnologia aos setores tradicionais, como WEG e Duas Rodas, e por políticas públicas voltadas à inovação. Porém, o crescimento econômico não está sendo acompanhado pela devida modernização do sistema viário, criando um desequilíbrio estrutural que pode comprometer a competitividade a longo prazo. Esse resultado também é reflexo da economia brasileira que segue crescendo, mesmo com o freio imposto pelas altas taxas de juros.
Na mesma semana em que um acidente no Morro dos Cavalos, na BR-101, escancarou a urgência de obras estruturais, cresce a pressão por investimentos concretos em mobilidade e segurança nas rodovias catarineses. Enquanto a pauta pública se perde em debates estéreis sobre vestimentas dos deputados e deputadas, rodovias estratégicas como a BR-158 e a BR-163 seguem em estado precário. Segundo estudo da FIESC, quase metade dos trechos no Extremo Oeste precisa de restauração imediata.
A infraestrutura deficiente freia o escoamento da produção, eleva os custos logísticos e impõe riscos à vida de quem circula pelas estradas. Para manter o ritmo de crescimento e sustentar sua posição de destaque, Santa Catarina precisa transformar sua vitalidade econômica em força política capaz de garantir os investimentos que faltam — antes que os gargalos logísticos se tornem um freio definitivo ao seu desenvolvimento. E isso está acima da agenda de costumes e das divergências políticas, é preciso unir forças e ter foco no desenvolvimento econômico.
Base aliada do Prefeito da Capital aprova em primeiro turno projeto que altera regras da Previdência municipal. Com 16 votos favoráveis e 6 contrários, a base governista da Câmara de Vereadores de Florianópolis aprovou em primeiro turno a Proposta de Emenda à Lei Orgânica nº 110/2025, que integra a reforma da Previdência defendida pelo prefeito Topázio Neto (PSD). A proposta, duramente criticada por sindicatos e pela oposição, prevê mudanças como o aumento da idade mínima para aposentadoria e abre caminho para outras alterações contidas no Projeto de Lei nº 1976/2025, que aprofunda o desmonte da Previdência dos servidores públicos municipais. Sem debates públicos prévios, como denunciou o Sindicato dos Trabalhadores no Serviço Público Municipal de Florianópolis (Sintrasem), a aprovação é vista como mais um episódio de desrespeito ao funcionalismo. A vereadora Carla Ayres (PT) atribuiu a atual crise no fundo previdenciário a décadas de má gestão dos recursos, apontando uma linha do tempo que inclui retiradas não devolvidas desde 2004, começando com a ex-prefeita Ângela Amin, que aplicou R$ 18,6 milhões no Banco Santos — que logo faliu — até parcelamentos recorrentes feitos pelos ex-prefeitos Dário Berger, César Souza Júnior e Jean Loureiro. Para a parlamentar, é urgente abrir uma “caixa-preta” para apurar a destinação dos valores desviados do fundo e instaurar uma I para responsabilizar as gestões envolvidas. A vereadora Ingrid (PSD) esteve ausente da votação.

Duplicidade de matrículas impede venda da antiga rodoviária e expõe contradições na gestão de Topázio Neto. A tentativa da Prefeitura de Florianópolis de vender, em regime de urgência, o prédio da antiga rodoviária foi suspensa pela Justiça após a constatação de uma grave irregularidade: o imóvel possui duas matrículas ativas — uma em nome da Prefeitura (nº 82.862) e outra em nome do Governo do Estado (nº 97.335) — o que impede legalmente a transação. A duplicidade, apontada pela bancada do PSOL nas comissões de Viação, Obras Públicas e Orçamento da Câmara, resultou no bloqueio das matrículas e na suspensão da tramitação do projeto. O vereador Leonel Camasão (PSOL) informou que a votação foi adiada em uma semana após a revelação do ime jurídico. A situação evidencia a falta de diligência da gestão de Topázio Neto, que, ao mesmo tempo em que comemora a transformação do histórico prédio do Clube Doze de Agosto, na Rua Hercílio Luz, no novo Centro Multiuso da Pessoa Idosa — iniciativa elogiada por promover inclusão e envelhecimento ativo — tenta vender um bem público cuja titularidade sequer está regularizada, gerando um verdadeiro cabo de guerra entre Estado, Município e a coerência.

Custo milionário com aluguéis levanta debate sobre uso da antiga rodoviária como sede da Prefeitura. A provocação feita pelo vereador Leonel Camasão (PSOL) escancara uma contradição na gestão municipal de Florianópolis: enquanto o prefeito Topázio Neto insiste em vender imóveis públicos como a antiga rodoviária, a capital segue sendo a única do país sem sede própria da Prefeitura e gasta cerca de R$ 500 mil por mês com aluguéis de edifícios istrativos, segundo levantamento do ND+. A proposta de Camasão é clara: por que não aplicar o conceito de retrofit — tão defendido pelos setores conservadores como sinônimo de modernização urbana — na revitalização da antiga rodoviária, transformando-a na nova sede do executivo municipal e reduzindo os gastos fixos do erário? Em vez de alienar o patrimônio público, o uso inteligente e sustentável da infraestrutura já existente poderia gerar economia, simbolizar compromisso com a boa gestão e fortalecer a identidade urbana da cidade.

Justiça mantém embargo a condomínio Brisas da Ilha após desastre ambiental no Córrego Grande. A Justiça Federal negou o pedido de reconsideração da construtora D’Agostini para retomar as obras do condomínio Brisas da Ilha, embargadas desde 2022 após um deslizamento de terra que gerou um “mar de lama” no bairro Córrego Grande, em Florianópolis. A decisão do juiz Charles Giacomini, da 6ª Vara Federal, reconhece controvérsias na regularidade ambiental do empreendimento, situado em área de proteção especial com vegetação de Mata Atlântica, e reforça os riscos de erosão já apontados em laudos do Ibama. Embora a construtora argumente que os danos são reversíveis e que chuvas em 2023 não provocaram novos incidentes, a Justiça entende que as intervenções realizadas — como drenagem, rede de esgoto e calçadas — não são suficientes para minimizar os impactos ambientais. A obra, que prevê 58 lotes e uma área verde de 100 mil m², segue suspensa, e o processo judicial movido por entidades comunitárias e ambientais, com apoio do MPF, reforça o debate sobre os limites da urbanização em regiões sensíveis de Florianópolis. O respeito às limitações ambientais é a forma mais adequada de mitigar novos desastres climáticos — ou, ao menos, amenizar suas consequências. O mesmo rigor adotado pela Justiça nesse caso deveria embasar uma revisão urgente e criteriosa do Plano Diretor da capital, considerando os limites ambientais, os parâmetros de segurança e a aprovação de novas obras, especialmente nas áreas de preservação permanente e zonas alagáveis, que funcionam como verdadeiras “esponjas” naturais para o escoamento das águas e proteção da cidade frente aos eventos climáticos extremos.

Setor de tecnologia de SC deve gerar quase 100 mil vagas até 2027, aponta mapeamento da ACATE. O setor de tecnologia de Santa Catarina projeta a abertura de 99.366 novas vagas até 2027, conforme a 4ª edição do Mapeamento de Demanda e Perfil de Talentos da ACATE, em parceria com o Sebrae Startups e apoio da Rede de Inovação Florianópolis. A distribuição prevê 26.203 contratações em 2025, 34.432 em 2026 e 38.731 em 2027, sendo que 57% dessas oportunidades estarão concentradas em startups e pequenas empresas. Desenvolvedores seguem no topo da demanda, com 44.338 vagas previstas — especialmente nas áreas de full stack, front end e back end — com domínio de linguagens como JavaScript, React, Python, Node.js, Flutter e React Native. Modelos de trabalho híbrido (35,8%) e remoto (21,7%) lideram as preferências, enquanto as soft skills mais valorizadas incluem resolução de problemas, proatividade e trabalho em equipe. O estudo, que ouviu 401 empresas de tecnologia no estado, traz dados estratégicos para orientar governos, empresas e instituições de ensino na preparação de talentos para o crescente ecossistema digital catarinense.

Mutirão celebra Dia Mundial da Saúde com serviços gratuitos e foco no bem-estar coletivo em Florianópolis. Em comemoração ao Dia Mundial da Saúde, a Associação dos Conselhos Profissionais de Santa Catarina (ASCOP/SC), em parceria com a Secretaria Municipal de Saúde de Florianópolis, promove neste sábado, 12 de abril de 2025, das 9h às 13h, um mutirão gratuito na Policlínica da Mulher e da Criança, localizada na Rua Esteves Júnior, 89, Centro, Florianópolis. A ação oferecerá diversos serviços à população, como avaliação física com bioimpedância, orientações para prática de exercícios, atendimentos odontológicos com limpeza e distribuição de kits de escovação, orientação nutricional, além de rodas de conversa sobre saúde mental, uso excessivo de redes sociais, prevenção ao cyberbullying, doenças transmitidas por insetos e zoonoses urbanas. Segundo Carlos Alberto Kita Xavier, presidente da ASCOP/SC, ações como essa são essenciais para fortalecer a equidade no o à saúde e promover o bem-estar coletivo.
Madeira renovável ganha espaço na construção civil. Tatiana Fingerhut e Wilker Uliana, da Morada Eco, acabam de conhecer o parque industrial da URBEM no Paraná. A marca a a ser comercializada pela loja que fica no Square SC com exclusividade em toda Santa Catarina. Muito mais do que um material versátil, inovador e sustentável, a madeira engenheirada chega para resolver as dores de cabeça da construção civil oferecendo mais produtividade, previsibilidade, agilidade no campo de obras e sem geração de resíduos. Desenvolvida com lamelas provenientes de florestas plantadas com manejo sustentável de Pinus Taeda, a madeira laminada colada tem finalidade estrutural nas funções de pilares, vigas e treliças, podendo ser utilizadas em prédios de até 17 andares.

Citação STJ. Referência quando o assunto é Direito Civil, o advogado Guilherme Henrique Lima Reinig, sócio da Menezes Niebuhr, foi citado pelo ministro Antonio Carlos Ferreira, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), no acórdão nº Nº 1948463 – SP, sobre policial militar que foi equiparado ao consumidor em caso de acidente com arma de fogo defeituosa. Em seu voto, o ministro cita trecho do artigo ‘As normas gerais do mercado do Código de Defesa do Consumidor: por uma releitura do conceito de consumidor equiparado’, publicado na Revista de Direito do Consumidor, assinado por Reinig em coautoria com o Professor Daniel Carnaúba. Além de defender o seu entendimento a partir do conceito de consumidor dado pelo advogado.

Empresa catarinense fecha parceria com piloto para fortalecer segurança e liderança no setor automotivo. A Autoimpact, maior fabricante de palhetas automotivas da América do Sul, anunciou uma parceria estratégica com o piloto de testes César Urnhani para reforçar a conscientização sobre a importância da manutenção preventiva de limpadores de para-brisa — item de segurança muitas vezes negligenciado, mas diretamente ligado à redução de acidentes viários. Com mais de 35 anos de experiência no setor e três títulos nacionais de Turismo Especial, Urnhani se une à empresa catarinense para divulgar conteúdos técnicos e educativos sobre o bom uso e a durabilidade das palhetas, apoiando a segurança veicular em todo o país. Segundo o CEO da Autoimpact, Leonardo Salomé, itens como pneus, luzes e palhetas estão entre as principais causas de acidentes relacionados à falha de manutenção, e a parceria com Urnhani deve ampliar o alcance da marca, que atende 99% da frota nacional e importada com mais de 4 mil aplicações catalogadas. Fundada há 17 anos na Grande Florianópolis, a Autoimpact possui certificações ISO/TS 16949 e ISO 9001 e é homologada por redes como JetOil (Ipiranga), Lubrax+ (Petrobras) e Siga Bem.