Nos recentes debates promovidos pelo Grupo ND e pela Rádio Jovem Pan, os candidatos à Prefeitura de Florianópolis se enfrentaram em discussões acaloradas, apresentando suas propostas e trocando acusações que expam os desafios da gestão da cidade. A análise desses debates revela um cenário dividido entre propostas ambiciosas e polêmicas que marcaram tanto a gestão atual quanto as istrações adas. Com foco em mobilidade urbana, habitação, saúde e combate à corrupção, os candidatos buscaram convencer o eleitorado sobre sua capacidade de comandar a capital catarinense.
Perfis e Trajetórias dos Candidatos
- Topázio Neto (PSD) – Atual prefeito e candidato à reeleição, Topázio defendeu seu trabalho à frente da Prefeitura, destacando programas voltados para a tecnologia e a qualificação profissional, como o Floripa Mais Tec. No entanto, enfrentou acusações pesadas sobre escândalos de corrupção envolvendo serviços funerários e a controversa taxa de lixo, ponto que virou alvo dos adversários.
- Dário Berger (PSDB) – Ex-prefeito e figura conhecida da política catarinense, Dário foi criticado pela falta de planejamento urbano em suas gestões anteriores, o que, segundo os oponentes, contribuiu para o crescimento desordenado da cidade. Em sua defesa, Berger se comprometeu a regulamentar o Plano Diretor e a resolver os problemas de infraestrutura que prejudicam áreas como o Norte da Ilha.
- Marquito (PSOL) – Deputado estadual e defensor da agroecologia, Marquito trouxe à tona propostas sustentáveis, com destaque para a tarifa zero no transporte público e o combate à especulação imobiliária. Ele também criticou a gestão atual pela falta de políticas voltadas para a inclusão social e a sustentabilidade urbana.
- Pedrão Silvestre (PP) – Conhecido por suas propostas voltadas à mobilidade, Pedrão defendeu a implementação do transporte marítimo como uma solução para os engarrafamentos crônicos da capital. Ele também prometeu criar a Companhia de Engenharia de Trânsito para modernizar o sistema viário da cidade.
- Carlos Muller (PSTU) e Brunno Dias (PCO) – Ambos representaram os interesses da classe trabalhadora e criticaram a ausência de políticas que favoreçam os trabalhadores. Carlos Muller, professor de história, defendeu uma mobilização popular para reverter o que ele chamou de “política elitista”, enquanto Brunno, operário da construção civil, propôs soluções mais radicais para enfrentar a desigualdade social na cidade.
- Rogério Portanova (Avante) – Professor de direito, Portanova focou na defesa do meio ambiente e na sustentabilidade, alinhando-se a propostas voltadas para a preservação das áreas verdes e o desenvolvimento sustentável da cidade.
- Vanderlei “Lela” Faria (PT) – Ex-vereador, Lela trouxe à tona denúncias de corrupção na gestão de Topázio Neto e criticou duramente o que considera a falta de transparência e controle social no atual governo. Ele defendeu maior participação popular nas decisões e medidas rigorosas de combate à corrupção.
Propostas e Temas Centrais dos Debates
Mobilidade Urbana
A mobilidade foi um dos temas mais debatidos. Marquito (PSOL) e Lela (PT) propam a tarifa zero no transporte público, argumentando que é uma solução viável com base em experiências de outras cidades, como Calcaia (CE). Pedrão Silvestre (PP) defendeu a implementação do transporte marítimo, enquanto Dário Berger (PSDB) ressaltou a importância de modernizar o sistema viário, propondo regulamentar o Plano Diretor para melhorar o planejamento urbano e aliviar o trânsito.
Habitação e Crescimento Urbano
A especulação imobiliária foi amplamente criticada, especialmente por Marquito e Portanova, que defenderam a construção de habitação popular e o combate ao crescimento desordenado. Dário Berger foi atacado por suas gestões adas, sendo acusado de ter permitido o desenvolvimento sem o devido planejamento, o que sobrecarregou áreas como o Norte da Ilha e a Bacia do Itacorubi.
Combate à Corrupção
Topázio Neto foi o alvo central das críticas em relação à corrupção. Lela Faria trouxe à tona o escândalo das funerárias, que envolveu contratos superfaturados na prestação de serviços, e acusou o prefeito de negligência. Topázio, por sua vez, defendeu-se afirmando que o problema surgiu antes de sua gestão e que ele afastou os envolvidos. O candidato reiterou suas medidas para aumentar a transparência e revisar contratos problemáticos.
Infraestrutura e Serviços Públicos
Os problemas de infraestrutura, como abastecimento de água, energia e saúde, foram discutidos. Dário Berger criticou a atual gestão pela longa espera por consultas e exames na rede pública de saúde, mencionando que, em alguns casos, a espera se estende até 2034. Marquito e Lela destacaram a falta de investimentos adequados para melhorar a infraestrutura básica, principalmente nas áreas mais periféricas.
Pontos Polêmicos e Acusações
Os debates foram marcados por trocas de acusações, especialmente entre Topázio Neto e seus adversários. O atual prefeito foi questionado sobre as taxas de lixo, os casos de corrupção e a falta de transparência na gestão. Dário Berger também enfrentou críticas por sua atuação como ex-prefeito, principalmente no que diz respeito ao crescimento descontrolado da cidade.
O Futuro de Florianópolis
As eleições para a Prefeitura de Florianópolis colocam em disputa visões muito diferentes para o futuro da cidade. De um lado, há a defesa de um crescimento mais sustentável e políticas públicas inclusivas, com propostas como a tarifa zero e o combate à especulação imobiliária. Do outro, estão as propostas de modernização da infraestrutura e a promessa de combate à corrupção na istração pública.
Para o eleitor e eleitora, entender essas propostas e os pontos levantados nos debates é fundamental para tomar uma decisão consciente na eleição que se aproxima. Quem será o próximo a comandar a capital catarinense? A resposta está nas mãos dos eleitores e eleitoras, que devem avaliar não apenas as promessas, mas o histórico e a capacidade de gestão de cada candidato. E isso vai muito além do que eles dizem; trata-se, principalmente, do que fazem pela cidade e da integridade de suas ações.