No dia 14 de maio deste ano a Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria Geral da União (CGU), deflagrou a Operação Templo Vendido, que investiga uma organização criminosa suspeita de peculato, lavagem de dinheiro e contratação direta ilegal na área da saúde pública em Santa Catarina.
Na ocasião, foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão, sendo 15 em Santa Catarina nas cidades de Florianópolis (07), Palhoça (02), Biguaçu (02), São José (01), Criciúma (02) e Araranguá (01) e também 01 em Curitiba, no Paraná.
As investigações revelaram indícios de subcontratações ilegais praticadas pela organização social responsável pela istração do Hospital Estadual Materno-Infantil, em Criciúma. O contrato entre o Instituto de Desenvolvimento, Ensino e Assistência à Saúde (Ideas) e a Secretaria Estadual de Saúde de Santa Catarina, avaliado em R$ 196 milhões, abrange o período de 2018 a 2023.
Os auditores da controladoria constataram que o Ideas teria supostamente subcontratado empresas a ele vinculadas, com suspeitas de execução de serviços com superfaturamento e de recebimento de vantagens indevidas por parte dos dirigentes e ex-dirigentes da entidade.
Outras notícias mencionam também o Hospital São José, onde a justiça ordenou a volta da emergência após suspensão total dos serviços.
A operação busca reunir mais elementos sobre a atuação do grupo criminoso envolvido nos possíveis desvios de recursos públicos e na lavagem dos valores apropriados indevidamente.
Mas depois do cumprimento desses mandatos de busca, fontes em Brasília que estão diretamente ligadas a esta investigação, indicam que as próximas fases da operação devem atingir políticos e gestores públicos em nível municipal e estadual.
Cogita-se que houve envolvimento direto desses políticos e omissão de fiscalização dos contratos firmados com a entidade investigada.
RESPOSTAS
O Ideas informou que colabora com as investigações e que, ainda, “mesmo sem o ao inquérito, continuará à disposição para prestar todos os esclarecimentos necessários, sempre confiante que os fatos serão devidamente esclarecidos”.
Já a Secretaria de Estado da Saúde esclareceu que a investigação não envolve a atual gestão do Governo de Santa Catarina. “Essa organização foi contratada em 2018, pela gestão anterior, e vem sofrendo fiscalização desde 2023, quando a nova gestão do governo assumiu”.