Neste dia de Natal trago, além de um desejo genuíno de muito amor no mundo, uma retrospectiva do ano que se finda, sob minha ótica, claro. O que deixa tudo beeem parcial, porque foram caminhos que percorri, registros que escrevi, momentos que presenciei, sentimentos que vivenciei.
A coluna está enorme, cheia de coisa linda, porque escolhi fechar 2024 com 24 destaques – e como eu escrevo sobre “o melhor de Floripa” aqui só vamos de encantamentos, belos acontecimentos, fatos e estabelecimentos.
(A foto de capa é do Neri Ribeiro, esse vestido escândalo do estilista Ema Moral e a make é da Eliza Dowsley)
01 – Casamento Yula e Beto
Neste ano me casei três vezes com o amor da minha vida!
Em 2 de fevereiro, Dia de Iemanjá, nos casamos no civil, e em 31 de outubro, quando é celebrado, além do Dia das Bruxas, o Festival Celta de Beltane, que é a festa do fogo, que une o masculino ao feminino, com banquetes, guirlandas e muitos ritos.
Nossa história de amor foi pauta nacional, com matéria ao vivo no Mais Você, Jornal do Almoço e em mais de 15 veículos de comunicação, tudo porque minha amiga Roberta, da Amplocom Assessoria de Comunicação, quis compartilhar nossa história pois iria “inspirar muita gente”. E a festa… Ah, a festa! Com certeza no momento final dessa vida muitos frames desse dia de magia estarão conosco até o final.
E ainda, antes de nos casarmos em 31 de outubro no Rancho Açoriano, com a bela cerimônia comandada por nossa amiga amada, Laine Valgas, nos casamos dias antes na igreja católica aqui da nossa rua. Foi um casamento simples, comunitário e incrivelmente lindo. Não teve recepção nem festa, mas foi cheio de significados e muito marcante pra gente.
Fizemos 12 encontros matrimoniais de uma hora e meia cada, que nos trouxe muito aprendizado sobre o que deve ser, de fato, um casamento – e que nos trouxe também a proximidade com pessoas muito amáveis.
Como disse Padre Lucas na celebração do sacramento; “Casamento é servir”. Por isso, de tudo, ao meu amor serei atenta antes. Sofro dos vícios de Vinícius, é verdade. E daqui pra frente sou como o “Soneto da Fidelidade…”
02 – Festa de abertura do verão no Rancho Açoriano
Como já escrevi esses dias, esse evento que acontece uma vez por ano no Rancho Açoriano para saudar o verão e a temporada na ilha é disparado uma das melhores festas que temos na capital. Sério.
Posso ser suspeita para falar porque meu amor por essa família transcende palavras. O Rancho é nosso lugar preferido no planeta, foi onde nos casamos, onde celebrei meus 10 anos como colunista em 2022 e onde, em muitas das vezes em que estou por lá, sinto vontade de rezar. Quando dou por mim estou conversando com Deus. Agradecendo a beleza da vida e minha pequena existência nesse mundão.
Tem uma frase que é uma das minhas citações preferidas; “Não sei se a vida é curta ou longa demais, sei que nada tem sentido se não tocamos o coração das pessoas”. E nesse quesito, Seu Dário, Luana, Marcela e Bruno dão um banho.
Não sei como, mas quando você acha que não tem como melhorar mais, eles vão lá e se superam.
03 – Los Troncos
Não é à toa que eles são mais um patrocinador de peso aqui na coluna. Foi com grande orgulho que anunciamos que o Los Troncos Parrilla Uruguaya, restaurante considerado um pedacinho do Uruguai em Florianópolis, devido ao menu especializado na culinária uruguaia, foi eleito um dos melhores do mundo no prestigioso prêmio Travellers’ Choice Best of the Best 2024 do Tripadvisor.
O reconhecimento coloca o empreendimento entre os 11 representantes brasileiros selecionados por avaliação popular, e o único de Santa Catarina, destacando a rica gastronomia do país.
Conforme enfatiza o próprio Tripadvisor, a distinção “é atribuída àqueles que recebem um elevado volume de avaliações e opiniões que excedem as expectativas da Comunidade do Tripadvisor ao longo de um período de 12 meses. Dos nossos 8 milhões de anúncios, menos de 1% atingem este marco”, o que torna a conquista ainda mais significativa.
04 – Concurso Nacional Comida Di Buteco
Sou jurada há anos desse que é o maior concurso de ´butecos` do Brasil. Por isso conheço um pouco da engrenagem e do impacto que tem em muitas vidas, vejo como é um momento preciso e precioso pra muita gente que se esmera, dedica tempo e criatividade para brilhar na competição.
Pra quem não sabe como funciona, quem concorre não paga pra participar e nem recebe, não em espécie. Porque a visibilidade que o concurso dá é beeem bacana, com o apoio na NSCTV e da Globo nacional desde o início. Mas o principal, pra mim, é o que ouço dos donos dos estabelecimentos, tipo: “A gente fez muitas melhorias para participar do concurso, tanto na parte da cozinha, banheiro, quanto no atendimento e equipe, e o concurso acabou e melhoria ficou”.
O Comida Di Buteco já existe há mais de 20 anos, mas em Floripa vai para a sexta edição. No início, quando o concurso começou por aqui, participaram 15 bares, nesse ano já foram 28. Mas pra se ter uma ideia, em Belo Horizonte, berço do concurso butequeiro, tem mais de 120 estabelecimentos concorrendo. São Paulo mais de 130, e RJ quase 150.
“Nossa missão é transformar vidas por meio da cozinha raiz, resgatando e exaltando os butecos autênticos que todo mundo ama. Afinal, somos brasileiros e não há lugar que combine mais com a gente”, diz a organização.
Muitas vidas são feitas de buteco, como eles dizem. E sei que às vezes o que separa o campeão do 2º lugar é uma diferença sutil. Mas essas vidas que são feitas de bar, balcão e dedicação são totalmente transformadas quando se é O Melhor Buteco do Brasil!
05 – Na Canoa Wine Sunset
Um fim de tarde perfeito para saborear rótulos exclusivos, combinados de forma impecável com as ostras fresquinhas da própria fazenda marinha da família. Tudo isso com uma vista incrível para o mar e o pôr do sol deslumbrante do Ribeirão da Ilha, que te deixa sem palavras.
Por um valor único, você pode degustar à vontade ostras preparadas de várias formas, com receitas muito boas, e vinhos selecionados.
06 – Jantar Harmonizado Casa Alto Lagoa
Michela Neckel e Rodo Almeida são anfitriões de primeira. Se o Seu Dário não tivesse feito o convite irrecusável pra gente se casar no Rancho Açoriano e eu chegar de barquinho… a gente teria se casado lá. Os eventos que eles promovem são muito especiais.
Destaque para os jantares harmonizados – uma experiência gastronômica surreal com aquele visual do cartão postal que arrebata meu coração. É sempre extasiante a beleza da nossa Lagoa da Conceição.
07 – Arquipélago Sushi Bar
Pra gente, o melhor sushi do Campeche. Atendimento impecável, feito por um pessoal descolado e opções muito legais. Como o menu experiência, com entrada, prato principal e sobremesa, por 180 reais o casal. Tudo bem fresco e surpresas trufadas no “Combinado do Chefe” que faz os olhinhos fecharem.
08 – Restauração Praia do Campeche
Apesar de não ter nenhum incentivo do poder público, os empresários que têm comércio ali na orla principal da Praia do Campeche se uniram e arrumaram toda entrada. Antes chovia e era um ´Deus nos acuda`, com barro, buracos, perfeito pra uma torção no pé, como já aconteceu comigo. Agora está tudo calçado e mais bonito, como nossa praia maravilhosa merece.
09 – Reforma do Bar do Zeca
Um grande camarote à Beira Mar. Eu saio de casa a pé muitas vezes com meu notebook e sento lá pra escrever a coluna… A reforma, que contou com janelas enormes, vidro por tudo e muita cordas, ampliou nossa visão do paraíso!
10 – Quinta do Chef no Sufocos
Eu adoro o Sufocos, que fica ali em frente da Lagoinha Pequena, na Av Campeche. Dos queridos Edinho e Pedrão, agora tem esse evento às quintas-feiras que é um sucesso. Pedrão capricha nos cardápios incríveis, o preço é justíssimo e as vagas esgotam rapidamente. Vale a pena a experiência literalmente deliciosa.
11 – Villa Francioni
Uma vinícola que me contagia; arte em vinhos, arte em vitrais, arte em galeria. Um legado poético, um projeto executado com o máximo do bom gosto e muita paixão. É lindo de ver.
Em 2024 fez 20 anos da morte do fundador da VF, o visionário e requintado Dilor Freitas e 19 anos dos primeiros vinhos fabricados na vinícola.
Receberam medalha de ouro esse ano no Brazil Wine Challenge, os vinhos da VF Sauvignon Blanc e o VF Chardonnay.
A Villa Francioni abrigou também um super evento 4 em 1: lançamento do livro “Além da Lousa”, de Maiana Oliveira, abertura da exposição “Entre o figurativo e o abstrato”, de Ely Albernaz, 6º Festival Internacional de Cinema Ambiental da Serra Catarinense e Tango na Serra!
12 – Lançamento da Zanol Clínic
Uma das clínicas mais bonitas da cidade abriu as portas no coração de Floripa, ali na Praça dos Bombeiros. Um luxo e ao mesmo tempo cool , com uma árvore gigantesca que foi mantida como parte da arquitetura e que deve ser centenária…
Dr Fernando Zanol, Dra Karina, Dra Pauline… profissionais da beleza e estética de alto padrão. Realizando sonhos e fazendo cada vez mais sucesso.
13 – Expansão de mais 10 do lojas do Hiper Select
Esse é o projeto para os próximos cinco anos. Ver o seu mercado de bairro se transformar em uma Rede e conhecer a história por trás sucesso, dá um orgulho danado. Conheci a Taynara, gerente geral que está à frente do projeto de expansão, e a Roberta do Marketing, gente da melhor qualidade em uma empresa humanizada, arrojada, que celebrou três décadas com uma campanha que sorteou uma premiação no valor de 100 mil reais em barras de ouro, fora 180 vouchers de 500 reais toda semana.
Um projeto que promete.
14 – Doshsirakorea
O restaurante coreano Doshirakorea, pioneiro no estado, nos surpreende sempre que vamos lá. Cada prato tem um sabor inusitado. Inspirado na onda cultural K-pop, que domina a moda, arte, música e gastronomia, o restaurante oferece uma experiência única a cada visitante nesse espaço singular.
O Doshirakorea foi cuidadosamente projetado pela empresária Kátia Maczewski, que sonhou com cada detalhe deste empreendimento. Desde a fachada do prédio, elogiada pelo embaixador da Coreia, até as luminárias, portas e grades de entrada, cada elemento reflete a delicadeza das tradicionais flores de cerejeira, símbolos da Coreia.
O ambiente é aconchegante e encantador, proporcionando uma imersão na história e cultura coreanas.
15 – Exposição Atitudes de Peso
No Dia Mundial da Obesidade lançamos no Multi Open Shopping a Mostra Atitudes de Peso – que produzi com muito amor (e propriedade). Uma realização da Clínica Michelle Machado, onde faço acompanhamento para perda de peso.
Na exposição o público pôde conferir histórias de superação e inspiração, com pessoas que eliminaram 15 , 30, 50 e até mais de 100 quilos, com foco na alimentação saudável.
E não foi uma apologia à magreza, ao corpo “padrão”, foi exclusivamente sobre saúde! Sobre qualidade de vida. O Dia Mundial da Obesidade (4 de março) também é um chamado para combater estigmas, combater preconceitos. Tem pessoas que são super gordinhas e merecem estrelinhas no caderno da saúde, e isso é ótimo. É o que importa! Afinal, quase nada abala ou conflita quem é feliz com o corpo que habita.
Mas o que a gente trouxe foram histórias como a minha. Que não conseguia caminhar nem até a esquina sem sentir falta de ar. Que não conseguia calçar mais um tênis sozinha e estava com o joelho lesionado e a pressão arterial explodindo.
Ainda sou uma pessoa gorda, mas baixar esses 25 quilos (25 na clínica e 35 no total) me trouxe autonomia. Me libertou de mim mesma. Ainda vou eliminar mais 30 quilos, mas hoje eu faço trilha, academia, vou e volto da praia a pé, pedalo, nado…
É sobre isso, sobre ter disposição e autoestima! Ter tesão pela vida é a minha sina.
Michelle me encorajou e me fazer acreditar que era possível. Me acolheu na caminhada quando eu mesma já estava desacreditada.
16 – Café na Praia
Ganhamos um café muito charmosinho na Praia do Campeche, onde às vezes também vou pra escrever a coluna e provar o melhor sanduíche natural de todos. Destaque para os doces produzidos na casa pela Carol, que são um absurdo de bom e pra essa família que trabalha junto e segue cheia de carinho uns com os outros como um exemplo de união.
17 – Pôr do Sol no Rosso
Todos concordamos que o polvo do Rosso é um espetáculo. Mas o pôr do sol de lá tem que ser listado como um adendo que atrai mais ainda. Levei toda minha família lá quando eles vieram de Goiânia e o local entrou no roteiro obrigatório da goianada! Ficaram boquiabertos com o show da natureza que nos brindou incrivelmente.
18 – Meninas de Minas
Um cafezim minêro dos mais mió di bão. Onde acho balas de coco que derretem na boca, Queijo Canastra, bolo Toalha Felpuda e café ado na hora no coador de pano. Decoração que lembra casa de vó.
Não posso deixar de citar o pão de queijo recheado com brie, geleia de pimenta e pernil, que é algo assim… só provando mesmo.
19 – Dra Luisa Caser
Encontrar uma baita profissional especialista em estética e harmonização, que não ultraa os limites da naturalidade, deixa sua autoestima nas grimpas! Eu emagreci bastante e de repente percebi meu rosto ficando diferente, flácido, com vincos. Amo tudo que a gente faz naquele consultório lindo, que tem vista pra Beira-Mar Norte. Amo minha boca, as vitaminas que fizeram meus cabelos pararem de cair, meu rosto mais firme e mais bonito. Louca pra ar as festas pra voltar lá e traçarmos planos para 2025!
20 – Claudia Pires Estúdio de Beleza
Falando em beleza… ter alguém pra cuidar da sua imagem, dos seus cabelos, unhas, cílios, sobrancelha e tudo mais, é maravilhoso. Agora, quando vem no combo uma família sensacional e uma equipe excepcional é demais.
Tudo começou displicentemente, quando elas, que têm o maior estúdio de beleza do Sul da Ilha, produziram para o nosso casamento as madrinhas, daminha, sogra e convidadas (cerca de 15) e fecharam a agenda para nos atender. Até TV elas colocaram para que todos pudessem assistir nossa matéria que aria ao vivo no Mais Você. Espumante, comidinhas, robe escrito “Madrinha” pra todas. Um carinho e um cuidado que me deixou encantada. Resultado; além de parceria com esse salão LINDOOO, fiz três amigas maravilhosas, que faz meu 2024 fechar com chave de ouro.
21 – Arte & Sintonia
Uma das lojas mais lindas e super meu estilo que conheci em Floripa foi a Arte & Sintonia, que ficava ali no Shopping Casa & Design e recentemente abriu as portas no meu Campeche.
Tudo para belos ambientes aconchegantes, com uma pegada zen interligada ao Feng Shui. Para uma casa que abraça, acolhe e traz paz. Para isso eles buscam inspiração também nos templos sagrados. Um encanto só!
22 – 40 anos do Box 32
A primeira vez que levei o meu pai ao Box 32 tem uns vinte anos. Ele ficou con-tente e com-raiva rsrs, por eu não ter apresentado ‘antes’ aquele balcão que ganhou seu coração. Lembrei-me dele por causa desse presunto Pata Negra do Beto Barreiros. Todo Natal meu pai encomendava uma maravilha dessas da sua amiga Lucita – pessoa ímpar, com um astral espanhol e sotaque delicioso.
Meu pai diz que conhece as cidades pelo seu Mercado Público e a cultura de um lugar pelo estômago. Aliás, Lenine também me revelou isso quando o entrevistei.
Em 2024 celebramos os 40 anos desse patrimônio cultural e astral, que é o Box 32, tive a honra de almoçar com dois Betos incríveis na mesa, o meu Beto e o nosso Beto Barreiros, com seu carisma tão natural quanto seu cuidado cotidiano com tudo. Desde arrumar com perfeição o papel na mesa em que vão nos servir, até prestar atenção aos pedidos todos!
E eu pergunto: Mas você vem SEMPRE cuidar de tudo aqui? Ele: “Todos os dias! Fico até a hora em que meu filho entra”.
Gente, isso tem quatro décadas… O segredo do sucesso nem é confidencial, é pra ele normal. É esforço, é dedicação, é coração. Ainda no final, me surpreendo ao lembrar que sua filha é a Roberta! Que tá sempre pela nossa coluna – a gata gente boa da “Miss Festas,” do VN Clube e da “Objetos de Coração”. Tá explicado o furacão. Muuuito legal mesmo!
E viva o Box 32! Vida longa e linda ao Beto Barreiros, porque sem ele não existiria nosso lugar de fala sobre esse balcão e essa ‘atração’! Tão, tão Floripa!!!
22 – A Festa da Parreira
Um dos “eventos” mais aguardados. Todos os anos a gente se reúne na casa de uma amiga minha de infância, a Marisa, para celebrar a vida e a evolução da parreira que ela e o Max plantaram tempos atrás. Ela é minha conterrânea e praticamente se mudou pra Floripa comigo há mais de 20 anos.
Marisa se inspirou no parreiral que minha avó Sinhá sonhou e concretizou lá em Goiânia… que agrega a família nos tradicionais encontros dionisíacos. Dá tanta uva, que quase todo final de ano a Globo e outras emissoras vão lá nos entrevistar pra mostrar toda exuberância daqueles cerca de 350mt² de emaranhado cheio de cachos!
Quando minha avó comprou as mudas, meu pai fez todo projeto e cabeamento e lá se foi a parreira, crescendo cheia de carinho com o ar dos anos, se esparramando pelo quintal, fazendo sombra para os carros e cadeiras, deixando tudo mais bonito.
A vizinha que morava em frente, uma vez falou pra minha avó: “Sinhá, porque você dá tanta importância pra essa parreira se você não vai chupar uma uva daí?” Meu avô Mário ficou p. da vida e nunca mais conversou com a ´Senhora dos Agouros`.
De fato, vó Sinhá morreu sem saborear um baguinho dali… Porém, logo depois de sua partida a parreira ficou toda florida! E deu muita, mas muita uva! Era como se minha avó estivesse sorrindo de felicidade e dissesse, ainda estou aqui. E a gente sente isso todos os anos quando os cachos chegam pra nos alegrar. Virou uma linda tradição – uva na colheita e Sinhá no coração.
A Marisa, que ia às vezes comigo pegar uva, ficava encantada: “Desde a primeira vez que eu vi a parreira da Dona Sinhá eu sonhava com uma para mim, onde eu pudesse reunir a minha família, amigos e celebrar a vida, fazer almoços, encontros”, relata sempre. Deve ter a ver com seu nome também: Marisa Dionisio.
E todos os anos é isso, a gente se reúne em um dia mágico, com velas e vinhos, e ela sempre pede pra eu contar a história da parreira e recitar poemas. E eu sinto uma felicidade danada em ver que a parreira da vovó ramificou até aqui em Florianópolis, ´fazendo com que façamos` o que ela mais gostava, desde que foi entrelaçando com a parreira seu destino; reunir a família e amigos para celebrar o amor genuíno!
23 – O Buquê de Santo Antônio
Esse foi o ano também que ganhei o presente mais emocionante que já recebi. Quando eu falo que tenho amigas encantadas, não é metaforicamente não, é sobre gente que emana encantamento mesmo. Rosângela Buitoni é uma dessas pessoas. Esse buquê, feito de um monte de Santo Antônio, estava na família dela há mais de 40 anos. Ela se casou com ele, depois de anos ele foi a sensação do casamento da filha dela, Nicole, e na celebração de seus outros dois filhos, suas noras também jogaram os santinhos pelos ares. E dizem que eles cumprem a fama de casamenteiros! Trazendo a sorte de boas uniões pra quem os alcança.
Um aparato que acompanha as histórias de amor dessa família há quase meio século e que agora a para minhas mãos como um dos presentes mais amorosos que já recebi na vida. E chega pra mim junto com a frase: “Você é minha última filha que vai se casar”. Rosângela nem tem idade pra ser minha mãe, mas seu cuidado é maternal. Ela é assim na vida. Uma das pessoas mais gentis e educadas que conheço. Dona de uma inteligência e perspicácia que poucos têm o. Mas quem tem a sorte de se aprofundar em seu mundo, é um premiado no quesito amor.
E lá fui eu, de mala e cuia e buquê, casar imersa no encantamento que me cerca e me puxa, fazer magia no Dia das Bruxas. Em um local onde todo sentido desperta. Afinal, estamos na ilha certa…
24 – Adeus 3 dígitos!
2024 me deixou mais leve e mais forte. Depois de mais dez anos consegui eliminar peso e baixar dos 100 quilos. Meeeodeus.
E como eu registrei em um dos capítulos do meu livro que vem aí; quem fica contente de pesar 98 quilos medindo 1,58? Yula Jorge e sua temperança. Há uns 15 anos não sei o que é enxergar dois dígitos na balança. A auge da pandemia trouxe consigo o auge dos meus 135 quilos.
Tudo bem que ainda entro no mar de vestido… Mas também vestida de bênção e mudança. Eu choro fácil… extravaso sentimento. Mas também meu riso é solto e gostoso que nem cabelos ao vento. Eu tenho muitas vaidades… Mas também a certeza que meus tesouros internos são minhas divindades.
Nesse dia cantei parabéns pra mim entre o chorar e o sorrir. Celebrei o fato de enterrar os três dígitos no Baú do Nunca Mais que mandei construir. E engoli a chave. Na esperança que ela destrave meus temores e gatilhos. Esse é um progresso que vem com muito medo da meta sair dos trilhos. Uma conquista cheia de esforço. E repleta de deslizes. Como um processo de colorimetria, vou ajustando minhas matizes.
Minha paleta de cores tem ancestralidade bugra – e um degradê meio cigano, libanês, indiano. No meu sangue tem poesia latente – e com meu pincel de palavras vou pintando o nascer de um caminho mais potente.
Essa foi a Retrospectiva 2024 da coluna O Melhor de Floripa e SC.
Desejo a todos um próspero Ano Novo!