Portal Making Of

O Crescente Uso Da Tecnologia De Satélites No Brasil

Por Petro Kogut*

Com suas vastas florestas tropicais, extensas áreas agrícolas e centros urbanos em crescimento, o Brasil está se destacando como um dos principais adotantes da tecnologia de satélites. Essa inovação desempenha um papel crucial na proteção da Amazônia, no aumento da produtividade agrícola e no direcionamento do desenvolvimento de infraestruturas inteligentes. A crescente demanda por informações geoespaciais precisas e atualizadas impulsionou a adoção em larga escala de ferramentas avançadas de satélites. À medida que o Brasil busca uma gestão mais sustentável de seus recursos naturais, ferramentas como as imagens Sentinel vêm se tornando indispensáveis em diversos setores — do monitoramento ambiental ao planejamento econômico — reforçando o compromisso do país com o uso de dados obtidos por satélites para construir um futuro mais resiliente.

 

Uma Necessidade Estratégica Por Soluções Via Satélite

A vasta geografia do Brasil, que cobre mais de 8,5 milhões de quilômetros quadrados de terra e milhões de quilômetros adicionais de território marítimo, apresenta desafios únicos que exigem soluções tecnológicas de alto desempenho. As ferramentas baseadas em satélites tornaram-se essenciais para a gestão desse território imenso, especialmente no rastreamento do desmatamento, apoio à expansão agrícola e segurança de ambientes urbanos. Com a intensificação dessas prioridades nacionais, cresce constantemente a demanda por dados geoespaciais avançados, como as imagens Sentinel 2.

Ciente disso, o Brasil criou, em 2012, o Programa Estratégico de Sistemas Espaciais (PESE). Com o objetivo de fortalecer as capacidades civis e militares, o programa visa ampliar a autonomia do país nas operações espaciais por meio de uma constelação de satélites em órbitas LEO e GEO. Esses satélites fornecerão serviços essenciais de observação da Terra, telecomunicações e defesa nacional. O PESE apoia uma ampla gama de sistemas estratégicos, incluindo o Sistema de Defesa Aeroespacial Brasileiro (SISDABRA) e o Sistema de Gerenciamento da Amazônia Azul (SisGAAz), ajudando o Brasil a exercer soberania sobre seus 22 milhões de km² de zonas aéreas, terrestres e marítimas controladas.

 

Comunicação Via Satélite No Brasil

Desde a década de 1980, os sistemas de satélites apoiam a transmissão de dados a longa distância, com novo fôlego impulsionado pela demanda crescente em áreas onde as redes tradicionais não chegam. Atualmente, os serviços móveis por satélite (MSS) são essenciais para a comunicação em embarcações, aeronaves, zonas de mineração, plataformas de petróleo offshore e comunidades isoladas. Somente esse mercado gera aproximadamente 550 milhões de dólares em receita por ano.

Para operar no Brasil, os provedores de serviços por satélite devem cumprir os regulamentos estabelecidos pela Lei Geral de Telecomunicações (LGT). Após aprovação da ANATEL e o pagamento da taxa de licenciamento (PPDESS), as empresas são autorizadas a construir estações de satélite — frequentemente utilizando satélites em órbitas LEO ou HEO. Os equipamentos operam principalmente nas bandas C e Ku, conforme especificações dos padrões internacionais de telecomunicações.

Grandes empresas como Iridium, Globalstar e Inmarsat dominam o setor de comunicações por satélite no Brasil. A rede de 66 satélites LEO da Iridium garante cobertura global completa, enquanto os serviços da Globalstar e da Inmarsat cobrem extensas regiões. A Star One, da Embratel, também amplia a conectividade em toda a América Latina.

 

o A Imagens De Satélite Para Negócios

No Brasil, empresas privadas estão integrando rapidamente o uso de imagens de satélite Sentinel em suas operações, expandindo sua aplicação muito além dos usos governamentais e acadêmicos. Setores como logística, seguros, agricultura, energia e gestão ambiental vêm utilizando a inteligência geoespacial para melhorar o desempenho e reduzir riscos. Um dos benefícios mais poderosos ao baixar imagens do Sentinel é a capacidade de observar vastas áreas quase em tempo real, permitindo que as empresas monitorem cadeias de suprimentos, detectem anomalias e otimizem o uso de ativos em grandes regiões geográficas.

Além disso, essa tecnologia apoia a inteligência de mercado, fornecendo insights sobre as operações de concorrentes, crescimento da infraestrutura e exploração de recursos. As empresas podem usar essas informações para moldar estratégias de investimento, prever tendências de mercado e identificar os melhores locais para expansão.

 

O Sentinel-2 oferece imagens multiespectrais de satélite com ampla cobertura, resolução média e alta frequência de revisita. As resoluções espaciais variam de 10 a 60 metros e as cenas cobrem aproximadamente 110 × 110 quilômetros. Os satélites revisitam cada área a cada 2 a 3 dias em latitudes médias e a cada 5 dias no Equador. O arquivo de dados inclui cobertura global desde 2018 e cobertura europeia desde 2017. O Sentinel-2 capta imagens em 13 bandas espectrais, incluindo o espectro visível, infravermelho próximo (NIR) e infravermelho de ondas curtas (SWIR).

 

Agricultura: Um Grande Motor Da Adoção De Satélites

Com vastas terras agricultáveis e zonas climáticas diversas, o Brasil é uma potência global na agricultura. No entanto, istrar essa imensa extensão territorial exige dados precisos e oportunos. As imagens de satélite Sentinel permitem que agricultores, empresas do agronegócio e formuladores de políticas monitorem a saúde das plantações, detectem surtos de pragas, avaliem as condições do solo e prevejam safras com notável precisão.

Ferramentas como as imagens Sentinel 2 são especialmente valiosas por conta da sua alta frequência de revisita e dos dados multiespectrais que oferecem, os quais apoiam práticas de agricultura de precisão. Essas visões ajudam a otimizar a irrigação, o uso de fertilizantes e os cronogramas de colheita, reduzindo custos e aumentando a produtividade. Em estados como Mato Grosso e Paraná, análises baseadas em satélites já estão melhorando a produção de soja e milho. Com o aumento da variabilidade climática, o setor agrícola brasileiro dependerá cada vez mais do monitoramento com imagens do satélite Sentinel 2 para manter a sustentabilidade, maximizar a produção e garantir a segurança alimentar.

 

Monitoramento Ambiental: Protegendo A Amazônia

A floresta amazônica, frequentemente chamada de “pulmão do mundo”, é um dos recursos naturais mais valiosos — e mais ameaçados — do Brasil. A tecnologia de satélites desempenha um papel fundamental no monitoramento ambiental, ao permitir a detecção precisa do desmatamento, da extração ilegal de madeira e de incêndios florestais. O Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE) lidera esse esforço com sistemas como o DETER e o PRODES, que fornecem alerta de desmatamento quase em tempo real e avaliações de uso da terra a longo prazo.

Essas plataformas utilizam dados de diversas missões espaciais, incluindo fontes brasileiras e europeias, para disponibilizar informações públicas que apoiam a fiscalização ambiental e promovem a conscientização global. Ferramentas avançadas de processamento de imagens Sentinel-2 aumentam ainda mais a capacidade de identificar mudanças sutis na cobertura do solo e atividades ilegais em regiões de difícil o.

 

Traçando O Futuro Do Brasil A Partir Do Céu

A vasta geografia brasileira e a crescente demanda por resiliência ambiental e econômica tornaram a tecnologia de satélites não apenas útil, mas essencial. Da agricultura de precisão à vigilância da Amazônia, setores em todo o país estão cada vez mais dependentes de recursos como as imagens do Sentinel, imagens do satélite Sentinel 2 e o processamento de imagens Sentinel 2 para uma tomada de decisão mais inteligente. À medida que plataformas como a EOSDA LandViewer tornam as imagens Sentinel gratuitas e as análises avançadas mais íveis, o Brasil se posiciona para ampliar sua liderança em sensoriamento remoto.

 

*Petro Kogut tem um PhD em Física e Matemática e é autor de várias publicações científicas. Entre outros tópicos, ele tem um foco específico no processamento e aplicação de imagens de satélite em sua pesquisa acadêmica. Atualmente, o Prof. Dr. Petro Kogut também trabalha como consultor científico.

Compartilhe esses posts nas redes sociais:

Lew’Lara\TBWA lança Hub de Inovação

Em um mercado cada vez mais competitivo, complexo e com demanda por agilidade, as agências e anunciantes buscam potencializar resultados criativos e estratégicos por meio

Leia mais

Transparência no Futebol?

1 – Candidato e promessas O médico Samir Xaud, de Roraima, é candidato único a presidência da CBF, ao ser indicado pelo interventor Fernando Sarney.