A morte de Norton Flores Boppré, 65 anos, ocorrida na manhã desta terça-feira (9), abre uma lacuna na história do Figueirense. Durante seu período de gestão, o alvinegro ganhou títulos e alcançou seus melhores momentos. Atualmente exercia o cargo de presidente do Conselho Deliberativo. Estava internado no Hospital de Caridade onde realizou cirurgia de pâncreas e acabou não resistindo.
Norton era manezinho da Ilha, irmão do vereador Afrânio Boppré, meu ex-colega de graduação na Economia da UFSC e era uma pessoa muito querida no meio esportivo da capital. O ponto de equilíbrio na gestão alvinegra, uma espécie de consultor para assuntos delicados, sempre com boas soluções para equações complicadas. Presente em momentos importantes como as conquistas de títulos e a campanha de sete anos na Série A. Além, é claro nos períodos mais complicados recentes. Sob seu comando, de 2020 a 2022, o clube celebrou o Centenário.
Norton Boppré era sócio patrimonial desde 1979, uma trajetória de sucesso no clube do coração, com legado sem igual. Norton era casado e pai de dois filhos, formou-se em istração de Empresas pela Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) e possuía um MBA em Gestão do Desporto pela Estácio de Sá. Dedicou mais de três décadas de serviço ao governo do Estado, onde exerceu várias funções de direção.
Foi o responsável pela “retomada alvinegra” logo após a saída da empresa Elephant, um período nebuloso na gestão do clube. Uma função importante para resgatar o alvinegro das trevas. Até hoje o Figueirense, que vai disputar daqui a duas semanas a sua quarta Série C seguida, ainda sofre as consequências daquela período difícil.
Em 2021, foi responsável pelo primeiro plano de recuperação extrajudicial do Figueirense, uma iniciativa pioneira no futebol brasileiro, que representou marco importante na busca pela reestruturação financeira do clube, cujos efeitos são sentidos até hoje. Participou recentemente também da formalização de parceria com a Clave Capital, Fundo que está na gestão da SAF alvinegra buscando a retomada istrativa, financeira e esportiva do clube.
O atual presidente do Figueirense, José Tadeu da Cruz, destacou a perda deste grande alvinegro. “Momento de muita consternação para todos nós. Deixa um legado no clube, onde teve participações fundamentais no processo de organização de sua história. Ajudou na construção do Memorial Alvinegro, foi fundador da Associação Amigos do Figueirense (ASFIG) e conhece a história do Figueirense como ninguém, além de ser o mentor do livro de 100 anos do clube”.
