Documento do Destino Floripa & Região entregue aos candidatos a prefeito de Florianópolis destaca a urgência em melhorar a infraestrutura turística e alerta sobre os impactos do novo Plano Diretor, aprovado em 2023, que pode agravar ainda mais os problemas de mobilidade urbana na capital catarinense.
O Destino Floripa & Região entregou um estudo detalhado aos candidatos a prefeito de Florianópolis, destacando os principais problemas e soluções para o setor turístico da capital catarinense. Entre os maiores desafios estão a falta de infraestrutura, como banheiros nas praias e vias de o adequadas, apontada por 31% dos associados, e a mobilidade urbana deficiente, citada por 74,4% dos participantes. O estudo também revelou que 84,6% dos entrevistados consideram o investimento em infraestrutura turística a maior prioridade para o desenvolvimento do setor.
Além de problemas como a falta de planejamento estratégico e a escassez de novos produtos turísticos, o estudo propõe ações concretas, como maior diálogo entre o trade turístico e a gestão pública, além de parcerias público-privadas. A promoção nacional e internacional do destino foi mencionada como uma necessidade urgente por 76,9% dos associados.
Uma análise crítica adicional sugere que a aprovação do novo Plano Diretor de Florianópolis, em 2023, pode agravar ainda mais os problemas de mobilidade urbana. Com a ampliação das permissões de construção e uso do solo sem a correspondente adequação das vias de o, os impactos já começam a ser sentidos na cidade. Este plano, aprovado por uma esmagadora maioria dos vereadores, com apenas quatro votos contrários, pode complicar ainda mais a circulação em áreas turísticas e residenciais, tornando o trânsito um verdadeiro obstáculo tanto para turistas quanto para os moradores locais, que am muitas vezes mais tempo em filas de trânsito do que nas praias.
No bairro Santa Mônica, por exemplo, já estão à venda apartamentos em um edifício de nove andares — o primeiro de vários projetos que saíram do papel com o novo Plano Diretor. Não é preciso muita imaginação para prever o quanto vai ser difícil trafegar ou estacionar na região num futuro muito próximo, considerando o impacto desse crescimento sem a devida ampliação das vias e melhorias na mobilidade urbana.
A responsabilidade do próximo prefeito será fundamental para enfrentar esses desafios. A falta de uma visão estratégica de mobilidade pode intensificar os problemas trazidos pelo novo Plano Diretor, especialmente nos bairros mais afetados pela expansão urbana. Assim, a futura gestão municipal precisará não apenas investir em infraestrutura, mas também reconsiderar os efeitos de decisões recentes, como o Plano Diretor, para evitar que Florianópolis perca competitividade no turismo e comprometa a qualidade de vida de seus habitantes.
