Desde que surgiram as primeiras notícias da suposta agressão do vice-prefeito de Lages, Jair da Costa Teixeira Junior (sem partido), contra uma ex-namorada, o Podemos e a prefeita Carmen Zanotto (Cidadania) tentam fazer com que Jair renuncie ao cargo na atual istração.
A executiva estadual do Podemos se reuniu na semana ada para pedir a expulsão de Jair Junior do partido, mas ele se antecipou e pediu a sua desfiliação, que acabou sendo aceita pela deputada estadual Paulinha, que é a presidente da sigla em Santa Catarina.
No último dia 16 o vice-prefeito acabou virando réu numa ação penal no Ministério Público de Santa Catarina pelas acusações de duas lesões corporais, cárcere privado, perseguição e invasão a dispositivo de informática.
Ele foi preso em flagrante no dia 22 de março, mas acabou solto após audiência de custódia e pagamento de fiança de R$ 7500. Um dia após ser detido, pediu afastamento do cargo para se dedicar à defesa e acabou exonerado por Carmen Zanotto do cargo de diretor presidente da Secretaria Municipal de Águas e Saneamento (Semasa).
A Câmara de Vereadores de Lages até tentou iniciar um processo de cassação do mandato de Jair Junior, mas o juiz Sergio Luiz Junkes, da comarca de Lages, concedeu uma liminar paralisando os trabalhos e dando 10 dias para que o legislativo municipal se manifestasse.
No último domingo, Jair Junior fez uma postagem no seu Instagram dizendo “feriado, mas, como sempre, com algumas demandas no gabinete. Tenho recebido e respondido muitas mensagens, em especial sobre a Festa do Pinhão. Vamos confiar e aguardar a programação oficial para avaliar. Feliz Páscoa a todos. Que o amor de Jesus, neste dia, renove nossa fé, nos fortaleça na caminhada e nos inspire a fazer o bem, mesmo nos dias difíceis”.
Ele deu mostras que não deve renunciar e vai lutar com todas as armas jurídicas possíveis para escapar das acusações que pairam sobre ele neste caso em que a cidade de Lages espera por um desfecho ansiosamente.
POLÍTICOS DE LAGES
Nos últimos anos o morador da principal cidade do Planalto Serrano tem convivido com istrações municipais conturbadas. Em dezembro de 2014 o ex-prefeito Elizeu Matos (MDB) foi preso por suspeita de integrar um esquema de propina na Prefeitura.
Em 2024, o Superior Tribunal de Justiça anulou as acusações contra Elizeu por entender que o desembargador Ernani Goethem, que atuou no julgamento do recurso do processo que condenou o ex-prefeito de Lages Elizeu Mattos (MDB), por corrupção iva, formação de organização criminosa e dispensa de licitação na contratação de uma empresa para gerir o sistema de abastecimento de água de Lages, estaria impedido de atuar neste caso por não ter havido imparcialidade no julgamento.
Já em 2023, o ex-prefeito Antônio Ceron (PSD) virou réu no processo da Operação Mensageiro, que apurou um suposto esquema de corrupção na contratação de serviços de coleta e transporte de lixo em cidades de Santa Catarina.
Neste ano, ele foi condenado a 9 anos e 8 meses de prisão em regime fechado pela 5ª Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC). A decisão foi por unanimidade entre os três desembargadores membros, onde o condenaram pelos crimes de corrupção iva e organização criminosa, mas Ceron pode responder esse processo em liberdade, podendo recorrer da decisão no próprio TJSC e também no Superior Tribunal de Justiça (STJ).
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