Portal Making Of

Congelamento do salário-mínimo por seis anos?

Foto: Durante participação em evento do Fórum Econômico Mundial, o ex-presidente do Banco Central, Armínio Fraga, defendeu o congelamento do salário mínimo por seis anos / Crédito: Bel Pedroso – WEF.

Por Janine Alves, economista, colunista de economia do Portal Making Of

A recente proposta de Armínio Fraga, ex-presidente do Banco Central, de congelar o salário mínimo por seis anos como forma de conter os gastos com a Previdência Social, gerou forte reação entre economistas e entidades ligadas à defesa da justiça social. Apresentada durante a Brazil Conference, em Harvard, a ideia foi considerada elitista, simplista e contraproducente, pois penalizaria diretamente os trabalhadores de menor renda, enfraqueceria o consumo interno e aprofundaria a desigualdade no país.

A Associação Brasileira de Economistas pela Democracia (ABED) publicou nota de repúdio, apontando que Fraga ignora os reais problemas fiscais do país — como os juros altos e os privilégios tributários das elites — para atacar justamente o principal instrumento de distribuição de renda: o salário-mínimo. Dados históricos reforçam essa crítica: entre 2016 e 2022, período sem aumento real do salário-mínimo, não houve melhora nas contas públicas — ao contrário, registrou-se o agravamento da desigualdade social. Já sob o governo Lula, que promoveu reajustes acima da inflação em 2023 e 2024, observou-se um impulso na renda e na atividade econômica.

Em linha com essa política, a proposta da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) de 2026, enviada ao Congresso nesta terça-feira (15), prevê um salário-mínimo de R$ 1.630 — aumento de R$ 112 em relação ao valor atual — e projeta crescimento do PIB de 2,5% em 2025, acima das estimativas do Banco Central. A estratégia de fortalecer a base da pirâmide social por meio da valorização do salário-mínimo e dos programas de transferência de renda mostrou-se eficaz: foi essencial para sustentar o consumo das famílias durante a pandemia e impulsionou o crescimento do PIB acima das expectativas em 2024.

 

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

Compartilhe esses posts nas redes sociais:

Corrupção que asfixia

MP denuncia 14 empresários e agentes públicos suspeitos de envolvimento na compra dos respiradores fantasmas

Pode crer!

O programa oferece formação profissional para os jovens da periferia e mostra que eles são uma oportunidade para a cidade que carece de profissionais no setor de tecnologia. Então, vamos aproveitar esse capital social?

Crise hídrica! Vai faltar água?

O Brasil amarga a maior crise hídrica dos últimos 91 anos. Segundo dados da Agência Nacional de Energia Elétrica – Aneel, os reservatórios das regiões Centro-Oeste e Sudeste, atuam com apenas 23,01% de sua capacidade. Santa Catarina também segue em estado

Crise de desabastecimento! Vai faltar comida?

O Presidente Jair Bolsonaro afirma que o Brasil pode enfrentar crise de desabastecimento em 2022 por falta de fertilizantes. Segundo ele, um dos principais efeitos da falta de produtos, se nada for feito, será o aumento de preços, ou seja, mais inflação à

Ciência por um fio

A ciência está tão incorporada ao dia a dia que pode ar despercebida. O uso corriqueiro e cotidiano fazem da ciência “algo trivial”, porém quanto mais trivial for o uso, maior o impacto na vida das pessoas. Como seria viver nos dias de hoje sem a lâm

A Volta dos Espetáculos

Dos impactos da pandemia no segmento de shows e eventos ao primeiro evento oficial com público nos teatros estaduais do Estado.

De olho no futuro

De olho no futuro! Destaque em energia limpa, incentivo a projetos ambientais, cooperação em TI e jovens inovadores.

Universidade em dose tripla

165 Pesquisadores da UFSC entre os melhores da América Latina, destaque entre os Brics e tecnologia inédita.