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Robert De Niro em série e Adrien Brody em volta triunfal

Robert De Niro e Adrien Brody (Fotos: Reprodução)

Dois atores de gerações diferentes estão na berlinda esta semana. Robert De Niro, aos 81 anos, e Adrien Brody, aos 51 anos, aparecem na ordem do dia por motivos bem diferentes.

 

Robert De Niro tem mais tempo de carreira, do que Adrien tem de vida. Ele fez sua primeira participação em um filme aos 21 anos de idade, quando eava pela França na companhia do pai, mas ficou conhecido  em 1973, com o filme “Caminhos Perigosos”, seu primeiro trabalho de muitos com o cineasta Martin Scorsese.

Em 1974, recebeu seu primeiro Oscar, no papel coadjuvante em O Poderoso Chefão 2, de Francis F. Coppola. Ele interpretou Vito Corleone, papel que na primeira parte tinha sido de Marlon Brando. Seguiram-se outros sucessos como “Táxi Driver” (1976),“ O Franco Atirador” ( 1978  ) , “Era uma vez na América” ( 1984 ) e “Os Bons Companheiros” (1990 ). Em 1981, Bob levou o Oscar de Melhor Ator por “Touro Indomável”, dirigido por Scorsese, além de ter sido indicado outras vezes ao prêmio. Ator versátil, ele fez também filmes românticos como “Amor à primeira vista” (1984), com Meryl Streep e musicais como “New York, New York” (1977), com Liza Minelli.

Não que ele nunca tenha feito participações em produções para TV. Em 2024, Robert  participou de “Nada”, divertida série argentina, onde interpreta o amigo americano do protagonista, Luis Brandoni, descobrindo Buenos Aires e sua gastronomia [ disponível na Disney Plus]. Mas só agora parece ter-se rendido inteiramente ao fenômeno de audiência das séries. Seguindo os os de colegas famosos como Al Pacino, Cate Blanchet e Meryl Streep, finalmente Bob ganhou uma minissérie para chamar de sua : “Dia Zero”. E com RDN como protagonista, alguém vai deixar de assistir? Ponto para a Netflix, que já produziu o bem sucedido “O Irlandês” (2019), com De Niro sendo dirigido, mais uma vez, por Martin Scorsese. Aliás, a plataforma anda precisando melhor a qualidade do que oferece aos s, só quantidade não basta. A conferir.

 

Dia Zero – 06 episódios –  Netflix

 Uma trama bem ao gosto do público norte-americano: política, ação, suspense e, claro, uma boa teoria da conspiração. Após um mega ataque terrorista, o caos se instala e ameaça a segurança mundial. De Niro é um ex-presidente dos Estados Unidos, encarregado de liderar a investigação federal para evitar o pior, mas ele está começando a ter sinais de uma doença degenerativa. No elenco, está também a ótima Angela Basset, como presidente do país. (veja o trailer)

 

 

Adrien Brody, mesmo sendo bem mais jovem que De Niro, também já tem uma longa  carreira. Ele tinha apenas 12 anos quando iniciou na vida artística, fazendo uma peça “off-Broadway”. Pouco depois, fez seu primeiro trabalho em televisão. A precocidade se justifica pelo fato de seus pais terem colocado o menino em aulas de teatro para afastá-lo das más companhias. No cinema, ele ficou famoso ao interpretar Władysław Szpilman em “O Pianista” (2002), dirigido por Roman Polanski e pelo qual Brody recebeu o Oscar de Melhor Ator aos 29 anos, tornando-se o ator mais jovem a vencer a categoria. Ele chegou a ser comparado a Robert De Niro e Al Pacino, mas não conseguiu tantos grandes papéis como esses dois astros.

Depois do sucesso de O Pianista, ele protagonizou outros filmes : Dummy – Um Amor Diferente (2002) e A Vila (2004), de M. Night Shyamalan de Camisa de Força (2005), e no mesmo ano integrou o elenco do filme King Kong, ao lado de Andy Serkis, Naomi Watts e Jack Black. Alguns se sobressaíram: The Thin Red Line (1998), Predadores (2010) e Meia-Noite em Paris (2011).  O diretor Wes Anderson é  “ o Scorsese” de Brody, porque já fizeram  quatro filmes juntos: The Darjeeling Limited (2007), O Fantástico Sr. Raposo (2009), O Grande Hotel Budapeste (2014) e A Crônica sa (2021). Em 2017, o ator interpretou Luca Changretta na quarta temporada da série “Peaky Blinders”, sucesso da BBC. Além disso, entre 2021 e 2022, fez parte do elenco da terceira temporada de “Succession” e da minissérie “Lakers: Hora de Vencer”, ambas produções da HBO.

Apesar de tanta atividade, andava faltando um novo grande sucesso para Adrien Brody. Ele chegou através do protagonista de “O Brutalista”, que já lhe rendeu todos os principais prêmios de melhor ator da temporada : Globo de Ouro, Critics Choice Awards, Bafta…Agora é rumo ao Oscar: “O Brutalista” concorre em dez categorias, incluindo, é claro, a de melhor ator. Se Adrien vencer, se juntará no panteão de Hollywood a Robert De Niro , Dustin Hoffman, Michael Caine, Anthony Hopkins e Tom Hanks, todos com dois Oscars.

Só um nome pode ameaçar o segundo Oscar de Brody:  Ralph Fiennes por “Conclave”, mas é pouquíssimo provável que a estatueta dourada por “O Pianista” não ganhe uma “ irmãzinha” na estante de Adrien Brody, depois da cerimônia de 02 de março.

“O Brutalista” pode ser conferido nos cinemas brasileiros a partir desta semana.

 

O Brutalista – direção: Brady Corbet – 2024

Sinopse oficial: O Brutalista se a em 1947, quando o arquiteto visionário húngaro László Toth  e sua esposa Erzsébet  fogem da Europa devastada pela guerra em busca de um novo começo na América. Em sua jornada para reconstruir seu legado e testemunhar o surgimento da América moderna, eles se deparam com uma oportunidade que pode mudar suas vidas para sempre. O industrial rico e carismático Harrison Van Buren (Guy Pearce) oferece a László um sonho americano em bandeja de prata: a chance de projetar um grandioso monumento modernista que moldará a paisagem do país que agora chamam de lar. Este projeto ambicioso representa o auge da carreira de László, prometendo levar ele e Erzsébet a novas alturas de sucesso e reconhecimento. No entanto, o caminho para a realização de seus sonhos é repleto de desafios e reveses inesperados, que os levarão a enfrentar tanto triunfos quanto tragédias ao longo de quase três décadas.

Van Buren é interpretado por Guy Pearce, o versátil ator australiano que       tem sido indicado a Melhor Ator Coadjuvante pelo papel em várias premiações. (Veja o trailer)

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Um clássico por semana

Nem só de filmes de super-heróis vivem as novas gerações. Percebo nas redes sociais o interesse de jovens por conhecer os grandes diretores e clássicos do cinema. Então, vou deixar  uma sugestão do gênero toda semana.

 

Clamor do Sexo – direção: Elia Kazan – 1961

O diretor Elia Kazan é louvado por filmes como “Sindicato de Ladrões” , “A luz é para todos”e “ Uma rua chamada pecado”, além de ser o “descobridor” de Marlon Brando e James Dean, dois ícones. Sua reputação ficou manchada como alguém que teria dedurado colegas de Hollywood durante a caça às bruxas no macartismo, mas, ninguém nega que Kazan foi um dos grandes diretores da história do cinema.

Entre tantos sucessos, meu favorito não é o mais famoso dele. Trata-se de “Clamor do sexo”, uma “ tradução” chamativa para “Splendor in the Grass” [ Esplendor da relva], de 1961. Warren Beatty é Bud e Natalie Wood é Deannie, dois jovens apaixonados que teriam tudo para viver um grande amor, se não fossem os preconceitos da época. O ano é 1928, Bud é filho do homem mais rico da cidade, ela é de família humilde e filha de uma mãe repressora ao extremo. Os dois clãs não vêem o namoro com bons olhos e acabam separando o casal, enquanto a moça vai enlouquecendo por não saber lidar com a própria sexualidade e o desejo pulsante da juventude.

Considero o final de “Clamor do sexo” como um dos mais tristes que já vi, mas vou evitar o spoiler.

O filme está disponível para alugar no Prime Vídeo.

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Dica da coluna

Onde ver filmes brasileiros gratuitamente

Aproveitando que estamos em lua de mel com nosso cinema, uma ótima notícia:  dentro de alguns meses iniciam as atividades do Tela Brasil,  um canal gratuito dedicado a filmes brasileiros. Esse streaming, fruto de uma parceria entre o Ministério da Cultura e a Secretaria do Audiovisual, terá um catálogo inicial de quase 450 filmes e produções nacionais.

Já existem outras plataformas que disponibilizam filmes brasileiros gratuitamente, como o Spcine Play, o Itaú Cultural Play, o Sesc Digital, o Maricá Filmes, o Cine Humberto Mauro+ e o Banco de Conteúdos Digitais da Cinemateca Brasileira.

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*Fotos: Divulgação/Reprodução

 

FIM 

 

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