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Duas estrelas: Maggie parte aos 89, Brigitte chega aos 90!

Maggie Smith, atriz britânica (Foto: Divulgação)

Na semana ada, dois importantes nomes femininos do cinema ocuparam as manchetes. Maggie Smith, pela morte aos 89 anos, e Brigitte Bardot por ter comemorado 90 anos.

Ambas começaram suas carreiras muito cedo. A atriz britânica já atuava no teatro quando fez seu primeiro filme, “Sem saída”, aos 22 anos; a sa ganhou um pequeno papel em  Le Trou Normand, de Jean Boyer , aos 17 anos. Maggie tornou-se uma das atrizes mais respeitadas do Reino Unido, recebendo, inclusive, o título de Dama da Ordem do Império Britânico, em 1990, e a Ordem dos Companheiros de Honra por serviços prestados ao teatro, em 2014. Já Brigitte, transformou-se num dos maiores ícones da cultura pop sa do século XX, irada no mundo todo.

As coincidências acabam aí, porque cada uma seguiu caminhos diferentes na profissão. Enquanto, Maggie interpretou Shakespeare nos palcos, fez mais de setenta peças e sessenta filmes, BB tornou-se símbolo sexual, a partir das películas dirigidas por seu então marido, Roger Vadim. Foi também um ícone da moda, copiada em seu figurino e cabelos por jovens ao redor do mundo. A britânica ganhou dois Oscars, trabalhou até às vésperas de sua morte, aos 89 anos, enquanto a sa abandonou a carreira aos 39 anos e ou a viver reclusa.

Nos últimos anos, Smith ficou mais conhecida por seus papéis nos filmes da saga “Harry Potter“, como a professora de bruxaria Minerva McGonagall, e por interpretar Violet Crawley, a Condessa Viúva de Grantham, na muy amada série “Downtown Abbey”. As manchetes sobre sua morte destacaram essas duas produções, embora a Dama tenha feito bem mais que isso.

Maggie Smith teve a primeira indicação ao Oscar por sua atuação como Desdêmona em “Otelo”, de Laurence Olivier, em 1965, antes de ganhar o prêmio por seu papel como uma professora de Edimburgo em “Primavera de uma Solteirona”, de 1969. Ela recebeu seu segundo Oscar por um papel coadjuvante na comédia “California Suite – um Apartamento na Califórnia”, de 1978. Foi também uma rara atriz a ser premiada nas três áreas:  Oscar ( cinema), Emmy ( TV) e o Tony ( teatro).

Apesar da carreira bem mais curta, La Bardot fez cerca de sessenta filmes, onde  destacam-se os  clássicos “E Deus criou a mulher…” (1956), “Babette vai à guerra” (1959), “A verdade” (1960) e “O desprezo” (1963). Depois da aposentadoria precoce, a sa abraçou a causa da defesa animal com rigor e paixão. Fez também várias declarações xenófobas contra imigrantes e muçulmanos, aproximando-se da extrema direita no país.

Suas entrevistas pelo 90° aniversário ressaltaram, claro, a defesa dos animais. A ex-atriz falou sobre a importância de regulamentar o comércio de produtos derivados de focas, principalmente peles, e pregou o fim da venda da carne de cavalo na França.  Bardot  invocou ainda a importância dos governos enfrentarem a emergência climática, que afeta os habitats dos animais.

 

Duas estrelas que marcaram a história do cinema, cada uma a seu modo. Descanse em paz Lady Maggie Smith; feliz aniversário à nonagenária, Brigitte Bardot.

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Adeus a Kris Kristofferson

Outro que nos deixou no último domingo (29) foi o ator e cantor, Kris Kristofferson. Apesar de ter investido mais na carreira de importante músico country, KK fez filmes interessantes como o remake de  1976 de “Nasce uma estrela”, ao lado de Barbra Streisand; “ Alice não mora mais aqui”, um dos primeiros longas de Martin Scorsese, “ Portal do paraíso’, de Michael Cimino e o western Pat Garrett & Billy the Kid.

Kristofferson tinha 88 anos e foi diagnosticado com a Doença de Lyme, que causa perda da memória, aos 70 anos.

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Principais lançamentos da semana

 

Netflix

Casamento às Cegas — 7ª temporada  – EUA

Para alegria de quem curte o formato, chega a 7ª temporada do reality norte-americano que lançou uma das franquias mais populares da plataforma.

Dessa vez, ela acompanha solteiros e solteiras de Washington, DC, todos preparados para abrir mão das clássicas estratégias de namoro e criar relacionamentos autênticos sem se ver cara a cara. Depois de escolherem seu par e saírem da fase das cabines, os casais ganham lua de mel antecipada em algum lugar paradisíaco, de onde saem para morar juntos até a cerimônia de casamento, quando só então dirão sim ou não.

 

Disney+

Prenda a respiração – direção: Karrie Crouse e William es2024

Os apreciadores de tramas de terror/suspense vão gostar desse filme que tem como protagonista a ótima Sarah Paulson, quase uma especialista no gênero [ já fez vários American Horror Story]. A trama é ambientada em Oklahoma, na década de 1930, durante um período de terríveis tempestades de areia. Paulson interpreta uma mulher convencida de que uma presença sinistra está ameaçando sua família, em meio às nuvens de poeira.

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Destaques no acervo

Em semana fraca de lançamentos nas plataformas, vale recorrer ao acervo. Deixo algumas sugestões para quem ainda não viu (ou quer rever) algumas ótimas produções.

 

Antes do inverno – direção: Phillipe Claudel – 2013 –  Cine Belas a la carte

Essa produção sa traz a ótima atriz britânica Kristin Scott Thomas ao lado de Daniel Auteuil, uma espécie de ‘ operário padrão’ do cinema francês. Só isso já vale dar uma conferida nesse drama.

A trama: Lucie presume que seu marido Paul – um neurocirurgião mais velho – tem um caso. Ele recebe flores anônimas e tem se comportado de maneira estranha ultimamente. Mas, o que está acontecendo de verdade?

 

Vale o escrito –  A guerra do jogo do bicho – série documental – 2024 – Globoplay

Só agora, com a inserção da plataforma no meu plano, ei a ar o acervo da Globoplay. Comecei escolhendo bem porque o documentário sobre a história do império do jogo do bicho é excelente. Além de entendermos como tudo começou, as ramificações da contravenção com outros crimes, a importância do carnaval na hierarquia de poder entre os bicheiros, assassinatos, conflitos familiares,  uma mulher tentando ficar à frente dos negócios, os atuais ‘ capos’, a novíssima geração nascida em berço de ouro…Tudo isso bem contado, com imagens de arquivo e entrevistas atuais, em um trabalho jornalístico primoroso,  mas mantendo um ritmo quase de série ficcional investigativa.

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Pra encerrar esta edição:

O que a coluna achou da série “Cidade de Deus” ?

Um leitor me perguntou, então vou responder aqui. Escrevi sobre o primeiro episódio da série originada de um dos filmes mais importantes do cinema brasileiro com entusiasmo. Mas, agora que exibiram o sexto e último capítulo de “Cidade de Deus”, posso confirmar tratar-se de uma bela produção.

A história não é exatamente a continuação do filme de Fernando Meirelles, mas alguns personagens voltaram mais maduros, a começar pelo fotógrafo Buscapé, um dos eixos da trama. ados vinte anos, a situação da CDD foi atualizada para novos problemas – como a ascensão das milícias – e mudanças de comportamento – como a importância das mulheres na luta por um mundo melhor, começando pela favela onde vivem.

O ótimo resultado da série se deve à direção de Aly Muritiba e a um roteiro ágil, mas nada disso teria o mesmo resultado sem a atuação impecável de alguns atores. Para destacar apenas três: Thiago Martins, como Bradock, Andreia Horta, como Jerusa e Roberta Rodrigues, como Berenice.

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*Fotos: Divulgação/Reprodução

 

FIM

 

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