Pela primeira vez na história, conforme a matéria de 2025 veiculada pelo Estadão, a elite do futebol brasileiro ultraou a marca de R$ 1 bilhão em geração de receitas com patrocínios. Esse feito inédito marca um novo capítulo na valorização do mercado esportivo nacional, impulsionado fortemente pelo protagonismo das casas de apostas, que dominam os espaços publicitários dos principais clubes do país. O fenômeno reflete não apenas a ascensão de um novo perfil de investidor no esporte, mas também uma transformação profunda nas dinâmicas comerciais do futebol brasileiro.
Segundo levantamento de 2023 feito pela SportsValue, as receitas com patrocínios dos 20 clubes da Série A do Campeonato Brasileiro alcançaram R$ 1,18 bilhão em 2023 — um crescimento de 32% em relação ao ano anterior. Desse total, 40% vieram de contratos com empresas do setor de apostas esportivas. Atualmente, todas as equipes da elite possuem parcerias com esse tipo de empresa, sendo 18 delas com patrocínio máster. O impacto financeiro extrapola os uniformes e avança para outros ativos comerciais, como placas publicitárias de campo e cotas de transmissão de TV. Essa nova configuração consolida as casas de apostas como os maiores financiadores do futebol nacional na atualidade.
Fernando Paz, CEO da Soho Sports, empresa especializada em negociações de patrocínios esportivos, comenta: “Percebi há cerca de quatro anos a chegada das casas de apostas como uma nova onda no futebol, semelhante ao que já ocorreu com setores tradicionais como alimentos e telecomunicações. Mas essa movimentação se mostrou diferente — rompeu barreiras históricas de mercado e ocupou, de forma inédita, praticamente todas as cotas publicitárias em uma mesma partida.” A observação do especialista evidencia como a entrada das casas de apostas não apenas ampliou o volume de investimentos no futebol, mas também transformou profundamente as dinâmicas comerciais do setor. “Trata-se de uma mudança estrutural que desafia modelos antigos de exclusividade e sinaliza uma nova era de profissionalização e pluralidade nas relações entre marcas e clubes”, finaliza Fernando.