Portal Making Of

A melhor série de todos os tempos

"The Wire" / HBO Max -divulgação

A melhor série de todos os tempos

Como bem sabem os leitores da coluna, além de cinéfila sou uma voraz consumidora de séries. Sou capaz de tudo para assistir a alguma que pareça ser interessante, assino vários streamings permanentes, faço rodízio de outros e por aí vai. Mas, até hoje nunca tinha conseguido assistir The Wire (A Escuta), considerada  por muitos críticos como a “ melhor séries de todos os tempos”. Corri atrás dela durante vinte anos e, finalmente, consegui ! Nem vou contar a dificuldade que foi para ar a HBO Max, onde a série está disponível, por causa do meu televisor ultraado [alô, Anderson, do HelpHBOMax, obrigada e desculpe o mau jeito durante nossa conversa de 1h30 minutos ].

The Wire foi criada pelo ex-repórter investigativo do Baltimore Sun, David Simon, baseando-se na violência e epidemia de drogas que ele cobrira nas ruas da cidade. Vi a primeira temporada e o que posso dizer, por enquanto, é que ela tem muitos méritos, mas talvez tenha envelhecido um pouco. Quando vemos algumas situações mostradas ali, dá uma sensação de déjá vus. A culpa nem é dela, mas de todas as outras séries policiais que vieram na sua esteira ao longo de duas décadas.

Seja como for, a produção foi bem ousada ao abordar assuntos como relações homoafetivas, hoje bastante comuns nos roteiros, mas não há vinte anos. A narrativa e os movimentos bruscos de câmera, mesmo quando não há ação, dão agilidade e, às vezes, colocam o espectador dentro da cena.Percebe-se a influência de The Wire sobre outros seriados de sucesso que vieram bem depois, como Breaking Bad .

A trama parte do policial branco, de origem irlandesa, Jimmy McNulty, interpretado por Dominic Chase – que vimos há pouco fazendo  o princípe Charles em The Crown – obcecado por prender o chefão do tráfico de drogas que assola Baltimore. A vida pessoal de McNulty é um caos, ele bebe demais, vive às turras com a ex-mulher, fala demais e acaba se encrencando com o chefe, mas é um policial honesto. Ele acaba transferido para uma divisão chamada Crimes Violentos, junto com dois policiais agressivos e outros veteranos que estavam na geladeira. Sua parceira, a policial Shakima Greggs é a mais parecida com ele, na obsessão de prender o traficante, que ninguém sabe ao certo quem é e onde se encontra. O comando do grupo é do imível tenente, Cedric Daniels, que enfrenta a falta de interesse de seus superiores na operação. Eles são enfiados em um porão, sem infra-estrutura, mas acabam ganhando algo que queriam muito: um sistema de escuta para ouvir os telefonemas da quadrilha. A tecnologia de vinte anos atrás, hoje parece um tanto obsoleta, mas assistimos como a um filme de época.

Os diálogos são ótimos, algo cada vez mais raro, e o elenco é daqueles que a gente a o tempo todo dizendo: ah, olha o fulano; olha o beltrano da série tal… tantas são as caras que se tornaram conhecidas a partir de The Wire.

Bem, essas são apenas minhas primeiras impressões. Ainda faltam quatro das cinco temporadas para eu assistir. O que posso dizer até agora é que, sim, The Wire é um grande drama policial, mas Os Sopranos continua ocupando o primeiro posto na minha lista pessoal como a melhor série de todos os tempos.

Obs.: Os Sopranos também está disponível na HBO e HBOMax.

__________________________________________

 

Outros achados na HBO Max

Como é “brinquedinho novo”, estou garimpando o acervo da HBO Max para comparar e ver se compensa continuar assinando a “irmã” HBO. Se você estiver em dúvida sobre a Max, seguem alguns achados para ajudar a decidir.

 

Tokio Vice – 1ª temporada – 8 episódios – 2022

Reprodução/Divulgação

Vi apenas o primeiro episódio e achei muito interessante. A história acompanha o jovem Jake Adelstein, um jornalista norte-americano que se muda para Tóquio com o sonho de integrar a equipe de um dos maiores jornais do mundo, o Yomiuri Shinbun. Para isso, ele precisa ar pela barreira da língua e dos costumes locais. Jake acaba na editoria de polícia, com pautas consideradas sem importância. Quando ele se aproxima do detetive japonês Hiroto Katagiri, especializado no combate ao crime organizado, o repórter a a investigar o universo da Yakuza, a violenta máfia japonesa. Os principais nomes do elenco estão na foto: Ansel Elgort (A culpa é das estrelas) e Ken Watanabe (O último samurai)

A segunda temporada começou a ser gravada recentemente.

 

Não se preocupe, querida – direção: Olivia Wilde – 2022

Reprodução/Divulgação

O filme que marca a estreia da atriz Olivia Wilde na direção está disponível para s na HBOMax (no Now, da Claro Vídeo, está para locação a R$ 39,90). Ela dirige o então marido Harry Styles, cantor e compositor britânico adorado pelo público jovem. Styles é um jovem executivo que muda com a esposa para uma comunidade planejada, onde tudo parece perfeito. A mulher dele, interpretada por Florence Pugh – que elogiei muito aqui quando comentei O Milagre (Netflix) – começa a desconfiar que há algo sombrio por trás dessa perfeição. Ainda não conferi, mas a trama me lembrou um pouco Mulheres Perfeitas, com Nicole Kidman, de 2009. O filme chegou cercado de fofocas dos bastidores, com direito a escândalo do ex-marido de Olivia, o ator Jason Seidikis, no set, mas fez bastante sucesso na estreia nos cinemas americanos.

 

Para quem curte o gênero Crimes Reais

Pacto brutal – O assassinato de Daniella Perez –   episódios – 2022

Reprodução/Divulgação

Essa minissérie  documental obteve uma das maiores audiências da HBO em uma estreia. Os mais velhos lembram do assassinato de Daniella Perez, em 1992, aos 22 anos. Ela era atriz de uma das novelas do horário nobre da TV Globo, escrita pela mãe, Gloria Perez. O que já bastaria para causar furor no país, cresceu quando a polícia apontou o colega de cena da vítima, o ator Guilherme de Pádua e a mulher dele como autores do crime brutal. O documentário tem pontos positivos, como a narração dramática da novelista que nos dá a exata medida da dor da perda da jovem Daniella e de sua luta para limpar a reputação da jovem diante das especulações da mídia. Há depoimentos comoventes de outros atores e familiares. Acho que o roteiro peca quando perde tempo contando a trajetória profissional de Gloria Perez e deixa lacunas sobre quem são realmente Guilherme e a mulher Paula Tomaz, pois o público ainda tenta entender a mente dos dois jovens capazes de tal brutalidade. O ex-ator morreu recentemente. Ele havia deixado a prisão e se tornado pastor evangélico.

__________________________________________

 

Netflix

Algumas novidades:

O amante de Lady Chatterley – direção: Laure de Clermont-Tonnerre – 2022

Reprodução/Divulgação

Mais uma adaptação do romance de D.H.Lawrence que escandalizou a puritana sociedade inglesa em 1928. O livro foi impresso sigilosamente em Florença, Itália, e só foi liberado no Reino Unido em 1960. A história da aristocrata que tem um ardoroso caso com o guarda-caça de sua propriedade rural, após o marido dela ficar impotente durante a 1ª Grande Guerra, já ganhou várias versões para as telas. Essa traz como protagonista a atriz Emma Corrin, conhecida por interpretar outra lady em The Crown, a Diana. Devido às cenas quentes, a produção recebeu indicação para maiores de 18 anos.

 

As nadadoras – direção: Sally Al-Osaini – 2022

Reprodução/Divulgação

Baseado numa história real, o filme acompanha a trajetória de duas irmãs sírias, Yusra e Sara, obrigadas a deixar a terra natal e se refugiar na Europa. Elas têm um sonho: nadar nas Olimpíadas do Rio de Janeiro. Não sou muito fã de tramas de superação porque frequentemente resvalam para o piegas, mas relatos sobre pessoas em busca de reconstituir a própria vida em outro país é sempre importante. A verdadeira e inspiradora Yusra Mardini aparece no filme.

 

Robert Downey Senior – direção: Robert Downey Jr. – 2022

O ator Robert Downey Jr., que já interpretou grandes personagens, como Charles Chaplin, e hoje faz enorme sucesso na “pele” de O Homem de Ferro, presta uma homenagem ao seu falecido pai, o produtor, diretor, escritor e ator, de quem herdou o nome. Ele não deixa de contar, porém, o lado conturbado de sua relação com o patriarca que lhe ofereceu um baseado quando tinha apenas seis anos. Downey Jr. teve sérios problemas com drogas, resultando até em prisão ao longo da vida. Hoje, vivendo de forma mais serena, ele resolveu retratar o pai, falecido no ano ado.

Reprodução/Divulgação

__________________________________________

THE END

cronica

Os colunistas são responsáveis por seu conteúdo e o texto não reflete, necessariamente, a opinião do Portal Making of.

Compartilhe esses posts nas redes sociais: