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A evolução da publicidade no setor financeiro com a era digital

Durante boa parte do século XX, a publicidade bancária era marcada por um tom sério, institucional, muitas vezes distante do cotidiano do cliente comum. Outdoors com grandes prédios, jingles exaltando a “solidez” e a imagem de executivos engravatados predominavam. A mensagem era clara: confie no sistema, ele sabe o que faz. Mas o mundo mudou. E a maneira de comunicar também.

Com a digitalização da economia e o surgimento das fintechs, a publicidade financeira atravessou uma revolução silenciosa, mas profunda. A confiança continua sendo essencial, mas agora se constrói de outro jeito: por meio da proximidade, da transparência e da escuta ativa.

Os bancos e serviços financeiros tiveram que sair das torres espelhadas e entrar no feed do Instagram, no vídeo curto do TikTok, no podcast sobre educação financeira — e até nas conversas sobre criptoativos como o XRP, que ganharam espaço como símbolo dessa nova era de descentralização e o.

 

De panfletos a algoritmos: uma linha do tempo da publicidade bancária

Para entender como chegamos até aqui, vale olhar para trás e acompanhar as transformações da publicidade no setor financeiro ao longo das últimas décadas. Cada fase trouxe não apenas novos canais e formatos, mas também mudanças profundas na forma como as instituições se comunicam com seus públicos.

 

Era pré-digital: agências físicas e campanhas de massa

Durante décadas, a publicidade dos grandes bancos era produzida para um público homogênico e veiculada nos grandes meios de comunicação. A ideia era transmitir estabilidade, força e continuidade. O objetivo principal não era informar, mas tranquilizar.

 

A chegada da internet e o marketing institucional online

Nos anos 2000, os bancos começaram a criar seus primeiros sites e a investir em e-mails marketing. Surgiram também os blogs corporativos e os comparadores de produtos financeiros. O movimento ainda era tímido, mas já revelava uma necessidade de adequação à nova realidade digital.

 

O boom das fintechs e a reinvenção da linguagem publicitária

A entrada das fintechs no mercado não foi apenas uma novidade tecnológica — foi uma quebra de paradigma na maneira de se comunicar com o cliente. Com elas, a linguagem publicitária ganhou um novo tom: mais direto, mais humano e, sobretudo, mais alinhado com os valores de uma geração hiperconectada.

 

Comunicação mais simples, jovem e inclusiva

O grande ponto de virada veio com o surgimento das fintechs. Startups financeiras como o Nubank entenderam que, para dialogar com um novo público, era preciso abandonar o “economês”. A linguagem ficou mais direta, os canais mais íveis e a abordagem mais emocional.

 

Segmentação e personalização como pilares

Com o uso intensivo de dados e ferramentas como Google Ads e Meta Ads, as campanhas financeiras puderam ser moldadas às preferências individuais. Cada clique ou a ser analisado. Cada interação, um dado valioso. Isso não apenas melhorou os resultados das campanhas como também ampliou o alcance das instituições financeiras.

 

O papel da confiança e da transparência na publicidade financeira digital

Se por um lado a digitalização facilitou o alcance das campanhas, por outro, também aumentou a vigilância sobre o que se diz — e como se diz. A credibilidade se tornou um ativo ainda mais valioso, e a comunicação precisou se ajustar a esse novo padrão de exigência ética e social.

 

Crises de imagem e regulação publicitária

A facilidade de comunicar também aumentou o risco de comunicar errado. Instituições financeiras aram a ser cobradas com mais rigor sobre a veracidade das promessas feitas em suas campanhas. Surgiu então um novo compromisso: o de ser claro, mesmo ao vender produtos complexos como investimentos ou seguros.

 

ESG, diversidade e propósito como pauta publicitária

Cada vez mais, os consumidores esperam que as marcas falem sobre o que defendem. Bancos e fintechs aram a incluir nas suas campanhas pautas como inclusão social, sustentabilidade e diversidade. A propaganda deixou de ser apenas sobre produto para se tornar também sobre posicionamento.

 

Canais e formatos que transformaram o setor

Não bastava mudar o discurso. Era preciso encontrar novos palcos. A comunicação financeira migrou para onde o público está: nas redes sociais, nos podcasts, nos vídeos curtos. E assim, a publicidade bancária deixou de ser monólogo para virar um diálogo constante e multifacetado.

 

Redes sociais e microinfluenciadores

Hoje, é comum ver um influenciador digital ensinando sobre juros compostos no TikTok ou explicando o que é CDI em um reels. Essa aproximação com o cotidiano ajudou a quebrar barreiras e tornar a educação financeira mais palatável. A publicidade virou conversa.

 

Conteúdo de valor e inbound marketing

Artigos, podcasts, e-books, newsletters: os canais de comunicação se multiplicaram. A estratégia deixou de ser empurrar um produto e ou a ser construir uma relação. O consumidor é guiado, educado e só depois impactado com uma oferta.

 

Chatbots, lives e experiências interativas

O atendimento automatizado também virou ferramenta de relacionamento. Chatbots que explicam produtos, lives com especialistas e plataformas de simulação financeira criaram uma nova camada de engajamento e presença digital.

 

Tendências para o futuro da publicidade no setor financeiro digital

O que está por vir também desafia o setor a repensar estratégias e ferramentas. A próxima onda da publicidade financeira será moldada por tecnologias emergentes, mas também por uma demanda crescente por ética, relevância e personalização. Olhar para frente, nesse contexto, é essencial para não ficar para trás.

 

Inteligência artificial na criação de campanhas

A IA já participa da análise de dados e da definição de estratégias. Mas também deve se tornar protagonista na criação de roteiros, design de peças e testes A/B em larga escala. Campanhas mais ágeis, com foco em resultados.

 

Realidade aumentada, Web3 e publicidade imersiva

O metaverso ainda é promessa, mas os primeiros testes mostram potencial. NFTs promocionais, avatares interativos, games educativos. A fronteira entre propaganda e experiência tende a desaparecer.

 

Publicidade orientada por dados com ética

O desafio estará em equilibrar personalização e privacidade. A LGPD e as novas regulações do setor forçam as marcas a agir com responsabilidade. Quem usar dados com inteligência e respeito vai se destacar.

 

Um setor mais próximo, transparente e inovador

A publicidade financeira viveu uma revolução silenciosa. De campanhas institucionais em preto e branco, chegamos à era das conversas digitais. E nesse percurso, o que mudou não foi apenas a forma, mas o conteúdo e a intenção.

Hoje, o consumidor quer clareza, autonomia e participação. E a propaganda responde, não com promessas inalcançáveis, mas com propostas reais, adaptadas a cada perfil. O futuro está nos detalhes, nos dados e na capacidade de ouvir antes de vender – e o setor financeiro entendeu isso muito bem.

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