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Nossas chances no Globo de Ouro, quem disse ‘não’ ao Oscar e as estreias da semana

Pamela Anderson, Karla Sofía Gascón , Nicole Kidman, Tilda Swinton e Fernanda Torres concorrem ao Globo de Ouro de Melhor Atriz em Drama

Desde o lançamento de “Ainda estou aqui” e seu sucesso no exterior e na própria casa, o público brasileiro vem torcendo para que o filme e Fernanda Torres sejam selecionados para o Oscar 2025. Pois, começamos bem a temporada de indicações para as principais premiações do ano. Mesmo sem o mesmo prestígio do ado, o Globo de Ouro, dado pela Associação dos Jornalistas Estrangeiros de Hollywood, continua atraindo a atenção para artistas e produções. Por isso, devemos começar a torcer para que Fernanda Torres e o filme de Walter Salles sejam premiados na cerimônia que acontece em 05 de janeiro.

Uma curiosidade: a mãe de Fernanda Torres, nossa Fernanda Montenegro, foi indicada ao Globo de Ouro há exatos 25 anos por sua atuação em “Central do Brasil”, de Walter Salles. Além das duas Fernandas, apenas outra brasileira participou da premiação: Sônia Braga foi indicada como Melhor Atriz Coadjuvante por três vezes: “ O beijo da Mulher Aranha”,  1986, de Hector Babenco; em 1989, por “Luar sobre parador”, de Paul Mazursky, e em 1995, por seu trabalho no filme para televisão “Amazônia em chamas”.

Na categoria de Melhor Ator, Wagner Moura foi indicado pelo papel de Pablo Escobar na série “Narcos”, da Netflix,  em 2016. O brasileiro perdeu a estatueta para Jon Hamm, intérprete do publicitário Don Draper na ótima série “Mad Men”.  Outro ator indicado, mas que poucos sabem ser brasileiro porque é radicado nos Estados Unidos há muito anos foi Daniel Benzali  por seu trabalho em “Murder one”, em 1996.

 

Quais nossas chances em 2025 ?

Se fosse Copa do Mundo de Futebol, eu diria que Fernanda Torres pegou o grupo da morte. A brasileira vai competir na categoria Drama com estrelas hollywoodianas de primeira grandeza: Angelina Jolie, no papel da diva Maria Callas; Nicole Kidman em “BabyGirl”; Kate Winslet pelo papel da correspondente de guerra  Lee Miller em “Lee”; Tilda Swinton por “O quarto ao lado”, de Pedro Almodóvar e Pamela Anderson, em seu retorno às telas com “The Last Showgirl”.

E se vocês sentiram a falta de Demi Moore nessa lista, já explico: o filme “A Substância”, pelo qual ela concorre, foi inscrito na categoria Melhor Comédia ou Musical.

Já na categoria Melhor Filme em Língua não Inglesa, “Ainda estou aqui” enfrenta um adversário fortíssimo: “Emília Pérez”, representante da França, tem dez indicações e traz duas estrelas queridinhas dos americanos no elenco, Selena Gomez e Zoe Saldanha.

Vale recorrermos à torcida, simpatia, reza, vodu, o que for para o sucesso dessa obra e dessa atuação magníficas.

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Estreias da semana nas plataformas

 

Cem Anos de Solidão – 16 episódios – Netflix

Um dos lançamentos mais aguardados do  ano em streaming era a minissérie baseada na obra maestra de Gabriel Garcia Marques. Pois, agora já podemos conferir na Netflix o que roteiristas e produtores fizeram com um dos principais romances do século XX. Na Colômbia, terra natal do escritor, até o presidente da República, Gustavo Petro, esteve presente ao lançamento que contou com a presença dos familiares de Garcia Marques.

O primeiro episódio começa com imagens de uma cidade destruída, provavelmente a mítica Macondo. Dele fazem parte o casamento de José Arcadio Buendía e Úrsula Iguarán, os acontecimentos que levaram à migração do casal e retrata a fundação da cidade. O capítulo encerra com o nascimento do segundo filho do casal, Aureliano, que mais tarde se tornaria o lendário coronel Aureliano Buendía.

 

Coringa- Delírio a dois – direção:  Todd Phillips  – 2024 – Max

Por falar em expectativa, o aguardadíssimo novo filme do Coringa decepcionou os fãs do personagem. Fazer da trama um musical parece que não agradou o público, apesar de trazer de volta Joaquin Phoenix no papel do vilão, ao lado da diva Lady Gaga. O filme custou três vezes mais que o original, de 2019, que deu a Phoenix o Oscar de Melhor Ator. Diante do investimento astronômico, “ Coringa -Delírio a Dois”foi considerado um fracasso de bilheteria. Polêmicas à parte, sempre vale a pena conferir.

 

Como vender a lua – direção:  Greg Berlandi –  2024 – Apple TV+

A julgar pela divulgação quase exaustiva do filme, a Apple investiu muito na comédia romântica que reúne Scarlett Johansson e Channing Tatum. Ela é Kelly Jones, uma marqueteira contratada para melhorar a imagem da Nasa; ele o diretor de lançamento envolvido com a Apollo 11. Preocupada com alguma falha, a Nasa pede à Kelly que monte um plano B de armar uma falsa chegada à lua.

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Artigo

Falando em temporada de premiações, o escritor e cinéfilo, Robertson Frizero, escreveu com exclusividade para a coluna um artigo sobre quem se negou a receber a estatueta mais desejada no mundo cinema.

 

OSCAR? NÃO, OBRIGADO.

O “Academy Award” – prêmio da Academia de Artes e Ciências Cinematográficas de Hollywood –, popularmente conhecido como Oscar, é a maior premiação do cinema mundial e sonho de praticamente todos os que participam, de algum modo, da chamada Sétima Arte. Ganhar um Oscar é um feito que pode alavancar carreiras e definir o sucesso de bilheteria ou a permanência de um filme – ainda que haja, para alguns, uma maldição que cerca as premiações nas categorias de atuação, segundo a qual a estatueta dourada pode motivar longos períodos de total ausência de convites para novas produções.

Mas quais seriam as razões para alguém se recusar a receber um Oscar?

Os cinco agraciados que até hoje recusaram a premiação tiveram motivos bem diferentes para a sua decisão – e nenhum deles tomou tal atitude por medo ou superstição. Houve vários casos de artistas que jamais compareceram à cerimônia, como Katherine Hepburn e Woody Allen, mas eles sempre receberam e exibiram posteriormente seus prêmios com orgulho. Curiosamente, foram cinco homens, três dos quais atores bastante conhecidos, os que disseram “não” à Academia – e veremos a seguir cada um desses casos raros e surpreendentes.

O roteirista Dudley Nichols foi o primeiro a rejeitar um Oscar – no caso, o de melhor roteiro para o drama “O Delator” (“The Informer”), dirigido em 1935 por John Ford, que ganhou o Oscar de Direção por essa adaptação do romance de Liam O’Flaherty sobrea Guerra de Independência da Irlanda. A razão para a recusa de Nichols foi por amor à profissão – ele declarou que não poderia aceitar um prêmio em um momento no qual os roteiristas estavam em greve. Três anos depois, em 1938, Dudley Nichols acabou aceitando a estatueta e, futuramente, tornou-se presidente do Writer’s Guild of America – o maior sindicato de roteiristas dos EUA.

Apenas trinta e cinco anos depois um outro agraciado faria a grande desfeita à Academia. Em 1971, George C. Scott, a sensação daquele ano como o protagonista de “Patton – Rebelde ou Herói?” (“Patton”), foi o vencedor da categoria de Melhor Ator. Anos antes, em 1962, ele já havia recusado uma indicação como Ator Coadjuvante e, ao anunciarem os finalistas, informou que não aceitaria novamente. Sua implicância era com o significado da premiação e, sobretudo, com a cerimônia, que ele chamou de “um desfile de carne de duas horas de duração” – motivo pelo qual enviou um telegrama pedindo que seu nome sequer fosse incluído nas cédulas de votação… Pois ele acabou ganhando naquele que foi o primeiro ano em que a cerimônia seria televisionada ao vivo. Frank McCarthy, produtor do filme, aceitou o prêmio em nome do autor e, no dia seguinte, foi forçado a devolvê-lo – anos mais tarde, a estatueta foi doada a um museu militar, onde até hoje se encontra. Mas George C. Scott seria perseguido por essa história – convidado para acompanhar um evento esportivo em Oakland, foi presenteado pela prefeitura local com uma miniatura do Oscar…

A famosa recusa de Marlon Brando teve cunho político e foi usada para chamar a atenção da opinião pública americana. Vencedor do Oscar de Melhor Ator por “O Poderoso Chefão” (“The Godfather”), em 1973, o ator não compareceu à cerimônia e fez-se representar por Sacheen Littlefeather, uma atriz da etnia apache que levou um inflamado discurso escrito por Brando denunciando uma ocupação de terras indígenas ocorrida um mês antes da entrega do Oscar. Impedida de ler o texto original, ela improvisou uma fala com o teor do discurso enquanto recusava com gestos sequer segurar a estatueta. Roger Moore, o apresentador daquela específica premiação, acabou levando o Oscar de Marlon Brando para casa – o ator só devolveria à Academia anos depois, sob ameaça judicial. A atriz de origem apache acabou lendo a íntegra do discurso de Brando na sessão de entrevistas à imprensa logo após a cerimônia – mas nunca mais conseguiu qualquer papel no cinema. Há rumores de que John Wayne teria tentado agredi-la nos bastidores…

Os outros dois célebres rebeldes rejeitaram seus Oscar honorários: em 2003, o ator Peter O’Toole disse que só receberia o prêmio se antes tivesse ganhado um Oscar por alguma de suas muitas atuações – algum tempo depois, ele aceitou a homenagem; e em 2010, o cineasta Jean-Luc Godard recusou o Oscar pelas razões mais pitorescas desta lista: com oitenta anos, o famoso diretor francês negou-se a ir à cerimônia por se considerar “velho demais para cruzar o oceano em um avião onde não lhe deixariam fumar seus charutos”.

Será que teremos alguma nova embaraçosa recusa ao prêmio mais importante de Hollywood? Por expectativas como esta é que milhões de pessoas continuam fazendo da longa cerimônia do Oscar, ano após ano, um dos programas mais assistidos do mundo.

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*Fotos: Divulgação/Reprodução

 

THE END

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